Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the web-stories domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114

Notice: A função _load_textdomain_just_in_time foi chamada incorretamente. O carregamento da tradução para o domínio mfn-opts foi ativado muito cedo. Isso geralmente é um indicador de que algum código no plugin ou tema está sendo executado muito cedo. As traduções devem ser carregadas na ação init ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114
Do lado da represa, mas sem água na torneira – Periferia em Movimento
(Foto: Thiago Borges / Periferia em Movimento)

Represa Billings vista do Jardim Gaivotas, Extremo Sul de São Paulo. (Foto: Thiago Borges / Periferia em Movimento)

Para reforçar o orçamento do lar, Eva Barbosa Nunes da Silva faz em média 300 salgadinhos por mês. Porém, desde janeiro, a auxiliar de limpeza de 46 anos não pode mais contar com a renda extra. Motivo? Não tem água.
Pior: Eva pretendia usar o dinheiro dos salgados para comprar uma caixa d’água de 1.000 litros, que custa R$ 320. Como não deu tempo, agora armazena água em baldes, garrafas PET e compra galões de 20 litros para beber e fazer comida para a família – ela, o marido, três filhos e uma irmã.
“A gente tá do lado da represa, enxergando esse monte de água, mas não sai nada da torneira”, indigna-se Eva, que mora no Jardim Gaivotas, distrito do Grajaú, Extremo Sul de São Paulo. A casa fica a apenas 100 metros da represa Billings.

(Foto: Thiago Borges / Periferia em Movimento)

Uma cisterna capta água da chuva na casa utilizada pelo projeto Geração Reversa, do coletivo Imargem, no Jardim Gaivotas. (Foto: Thiago Borges / Periferia em Movimento)


A situação contraditória é resultado do histórico da região – uma área de proteção a mananciais que desde a década de 1960 vem sendo ocupada irregularmente, com crescimento populacional acelerado, sem controle do poder público e investimentos em ritmo lento.
Lançado em 1992 pela prefeitura em parceria com os governos estadual e federal, o Programa Mananciais está paralisado desde 2012, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. O programa tem o objetivo de realizar obras em 64 comunidades no entorno da Billings para preservar e despoluir a represa.
Já a Sabesp cobra a coleta de esgoto dos moradores para jogá-lo sem tratamento na represa, como constatou a reportagem do Periferia em Movimento. Confira aqui.
No Cantinho do Céu, vizinho ao Jardim Gaivotas, moradores já ficaram até cinco dias sem abastecimento.
O artesão emorador local Marcos Uchôa do Nascimento, 24, sofre com o racionamento desde outubro, quando Geraldo Alckmin fazia campanha para reeleição. “Isso porque o governador falava que não ia acontecer [a falta de água]”, lembra.
No Jardim Primavera, bairro do distrito de Cidade Dutra que também fica às margens da represa, tem racionamento todo dia. Na casa de Ketlin Santos, 18, ela ajuda uma prima, a tia e o avô a armazenar água em baldes antes do racionamento. “Ficamos sem água a tarde toda e às vezes só volta de madrugada”, diz ela.
Eva, do Gaivotas, não espera uma solução do poder público. “Só espero em Deus, porque é ele quem pode mandar a chuva. Não tem saída”, conforma-se.
Carregando…

Autor

Apoie!