Cultura na quebrada: 4 dicas pra conferir no fim de semana

Foto em destaque: Grupo Pandora de Teatro (foto: Levy Vitorino)

Oficina de tecnologias ancestrais, workshop sobre teatro hip-hop e peças transmitidas on-line ou realizadas presencialmente (com distanciamento) estão na seleção desta semana preparada pela Periferia em Movimento. Confira!

1. Oficina de tecnologias ancestrais

O workshop e oficina “Ogunhê” visa resgatar e promover a memória, tecnologia, saberes e fazeres ancestrais de povos africanos em diáspora que compõem a cultura brasileira. O tema abordado será sobre a tecnologia das engrenagens desenvolvida por pessoas africanas, seguida de experimentação artística com produção de objetos tridimensionais que ganham movimentos através das engrenagens.

Para entender a importância da tradição dos ofícios, os valores civilizatórios em torno da tecnologia dos saberes e fazeres empregados, o projeto propõe o uso de papelão para a construção coletiva de um objeto durante a atividade.

É totalmente on-line e gratuita. Neste sábado (7/8), das 10h às 13h. Inscreva-se e saiba mais clicando aqui.

2. Mostra de espetáculos criados na pandemia

Neste fim de semana, o Grupo Pandora de Teatro (originário de Perus, zona Noroeste de São Paulo) ocupa as redes da Cia Teatral Enchendo Laje & Soltando Pipa (do Grajaú, Extremo Sul da cidade) com 3 espetáculos diferentes criados durante a pandemia. Acompanhe aqui.

Nesta sexta (6/8), às 20h, o grupo apresenta “Jardim Vertical”, que explora o universo nonsense e olha a essência da personalidade autoritária no contexto brasileiro. No sábado (7/8), também às 20h, é a vez de “Autoestrada para Damasco”, fábula que se passa na cabine do pedágio de uma estrada isolada durante uma noite de ano novo.

E no domingo (8/8), mesmo horário, tem “Onde os neandertais vão para morrer”, peça que une teatro e audiovisual e apresenta a história de 6 participantes de um reality show feito em uma caverna, que seguem com suas estratégias para vencer sem saber que uma pandemia devastou seu país. A última apresentação é seguida de um bate-papo com o Enchendo Laje.

Espetáculo Desfazenda (foto: José de Holanda)

3. Peça-filme sobre racismo e escravidão

Depois de estrear com sucesso em junho, “Desfazenda – Me enterrem fora desse lugar” faz nova temporada virtual a partir de hoje (6/8). As apresentações seguem em cartaz entre sexta e segunda-feira, até 30 de agosto, sempre às 20h. Os ingressos são gratuitos (com sugestão de contribuição voluntária) e devem ser reservados clicando aqui.

A peça-filme do grupo O Bonde é uma das indicadas a melhor espetáculo do primeiro semestre pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).

O enredo narra a história das personagens 12, 13, 23 e 40, são 4 pessoas pretas salvas da guerra por um padre branco quando crianças. Desde então vivem na fazenda deste padre, cuidando das tarefas diárias, supervisionadas por Zero, figura enigmática, central e onipresente, embora sempre ausente. O padre nunca sai da capela, a guerra nunca atingiu a Fazenda e quando os porquês são questionados, o sino toca e lembra que é hora da oração ou do trabalho.

Como parte da programação de reestreia, acontece ainda a oficina “O Teatro Hip-Hop e o depoimento pessoal: Memória e Autorrepresentação”, de 6 a 9 de agosto, sempre às 19h. As aulas acontecem via plataforma zoom e as inscrições devem ser feitas no formulário aqui. As aulas serão dadas por Roberta Estrela D’Alva e os convidados são o elenco da peça e o dramaturgo Lucas Moura.

Peça Ou 9 ou 80 (foto Sergio Fernandes)

4. Funk, passinho e crítica social

De 07 a 29 de agosto, a Clarín Cia de Dança realiza a temporada presencial do espetáculo “ou 9 ou 80”, com apresentações gratuitas em áreas externas de 4 teatros da cidade de São Paulo. As primeiras apresentações da temporada, acontecem neste sábado e domingo (dias 7 e 8/8), às 16h, no Teatro Paulo Eiró (Santo Amaro, zona Sul São Paulo).

Embalado pelas letras do funk, o espetáculo transita pelas transformações do movimento e o surgimento do passinho, retratando como os movimentos culturais periféricos abordam o que vivem, passando pelas revoltas, os abismos sociais, mas também os desejos, os sonhos e a alegria no viver. Saiba mais aqui.

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