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“Cabô a molecagem”: Por cabeça de Sturm, movimentos ocupam Secretaria de Cultura – Periferia em Movimento

“Cabô a molecagem”: Por cabeça de Sturm, movimentos ocupam Secretaria de Cultura

Foto Flavia Lopes / Desenrola e Não Me Enrola

Fotos por Flavia Lopes / Desenrola e Não Me Enrola
Artistas, trabalhadores da cultura e representantes de diversos coletivos da cidade de São Paulo ocuparam na tarde desta quarta-feira (31 de maio) a sede da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), na Galeria Olido. Os manifestantes reuniram-se no centro da cidade para uma Audiência Cidadã da Cultura na Praça das Artes e de lá saíram em passeata até o prédio da Galeria Olido, sede da pasta.
Sob o slogan “Fora Strum! Uma (in)digestão para a Cultura”, o grupo exige a saída imediata de André Sturm, atual secretário de Cultura da gestão do prefeito João Dória, o descongelamento dos recursos e a definição de uma comissão para acompanhar a implementação do Plano Municipal de Cultura.
O estopim para o movimento deflagrou-se nesta última segunda-feira (29 de maio) quando Sturm ameaçou “quebrar a cara” do agente cultural Gustavo Soares, um dos integrantes do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo da Zona Leste de São Paulo. Na conversa, que foi gravada, Sturm intimida o militante a aceitar os termos de uma proposta da SMC e, quando contestado, ameaça-o de agressão física. No diálogo, ele alega que o “espaço é do governo”, que Gustavo Soares “é um chato” e que “cabô a molecagem”. Releia aqui.
O coletivo de mídia Desenrola e Não Me Enrola acompanha a ocupação da SMC desde o início. Confira como foi a ocupação abaixo:

Na sequência, a assessoria de imprensa da SMC divulgou uma nota alegando que o secretário André Sturm teve que fazer uma barricada para não ter o gabinete invadido. Além disso, diz que “servidores da sala da assessoria técnica, que fica ao lado do gabinete, foram expulsos do seu local de trabalho e tiveram que se refugiar em outro andar da Secretaria, sendo que suas salas ficaram ocupadas por faixas e cartazes com mensagens ofensivas”. A assessoria finaliza a nota dizendo que “esta postura agressiva e desrespeitosa, ao contrário do que afirmam os manifestantes, não demonstra interesse em dialogar ou construir políticas para a cultura da cidade, sem propostas ou pauta concretas”, finaliza a nota
Cerca de 40 viaturas e mais de 80 policiais ajudam a controlar a entrada e saída do prédio da SMC.
No início da noite, o secretário de Relações Governamentais, Milton Flávio, se reuniu com os ocupantes para ouvir as reivindicações e vistoriar as instalações da SMC para garantir de que estavam intactas. Milton Flávio reconheceu que o teor da nota da SMC era inverídico e prometeu levar as demandas dos manifestantes ao prefeito João Dória, mas não garantiu que a principal demanda – a demissão de André Sturm – seria atendida. A ocupação segue.
Veja no vídeo do Desenrola e Não Me Enrola, que transmitiu ao vivo:

Por que ocupar?

Segundo a comissão de comunicação da ocupação, a tomada da SMC ocorre por uma série de motivos: sucateamento dos equipamentos culturais públicos, desmonte da Virada Cultural, cancelamentos de aulas e oficinas nas periferias, perseguições e ofensas verbais à trabalhadores da cultura, apagamento de grafites, falas de cunho discriminatório e atitudes racistas (tal como a expulsão do agente cultural Aloysio Letra de uma reunião pública).

Milton Flavio, secretário de Relações Governamentais, negocia com manifestantes (Foto: Flavia Lopes / Desenrola e Não Me Enrola)


Entre as ações controversas constam ainda os cortes nas oficinas culturais nos CEUS e outros equipamentos (Programas Piá e Vocacional), o desmonte da Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA), a diminuição de 30% dos recursos destinados ao Programa VAI (política de incentivo à autonomia da juventude periférica) com a desclassificação arbitrária de cinco grupos selecionados para o programa, a suspensão do Programa Aldeias (destinado ao fortalecimento de aldeias indígenas da cidade), os cortes nos programas de fomento a grupos culturais (teatro, dança, circo, cultura digital e periferia), os atrasos de pagamento e abandono aos agentes comunitários de cultura e a demissão em massa de funcionários da SMC.
Segundo os manifestantes e conforme noticiado pela mídia nos últimos dias, André Sturm tem-se mostrado impaciente, autoritário e incapaz de dialogar com artistas e trabalhadores da cultura. O estopim para a ocupação deflagrou-se nesta última segunda-feira (29 de maio) quando André Sturm ameaçou “quebrar a cara” do agente cultural Gustavo Soares, um dos integrantesdo Movimento Cultural Ermelino Matarazzo da Zona Leste de São Paulo.
“A saída imediata de André Sturm está baseada em uma série de denúncias e irregularidades cometidas na gestão do secretário organizados em dossiê que circulou momentos antes da ocupação, tais como indícios de direcionamento ilegal em licitação do Teatro Municipal; irregularidades no novo edital de fomento à dança; ameaça de descumprimento da Lei de Fomento à Cultura das Periferias; e interferências no processo licitatório do carnaval de rua”, diz a nota.
Um abaixo assinado elaborado pelo mandato da Vereadora Sâmia Bonfim do PSOL já colheu até esta quarta-feira (31) mais de 6 mil assinaturas requisitando a demissão de André Sturm.
 

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