Estabelecimento comercial em comunidade boliviana no Brás (Foto: João Maia)

Em seus 23 anos de vida, Agdo Farias já escutou muitos relatos de amigos enquadrados pela Polícia e que sofreram violência verbal por conta de sua situação social, cor e região onde vivem. Para mudar essa realidade, o morador de Embu Guaçu (grande São Paulo) não permite que alguma injustiça aconteça sem que ele interfira.
E essas intervenções também se dão por meio da arte.
Agdo integra o projeto  O que a cidade não vê, que trabalhou a fotografia realizada por deficientes visuais nas quatro zonas da cidade, o que resultou em uma exposição itinerante nas mesmas regiões fotografadas. Em cada exposição também rolou um debate entre os fotógrafos e o público, voltado para a discussão sobre acessibilidade, sensibilidade artística e a questão do portador de deficiência.
“Nós fizemos nossas saídas sempre tentando chegar em lugares, às pessoas e coisas dentro da cidade que ficam submersas por conta de toda a maratona que é viver em São Paulo e acabam não sendo vistos. Fomos em bairros das quatro regiões da cidade, sempre passando por entre as pessoas, na rua, em praças, nas comunidades, quitandas, bares, conversando, perguntando, entendendo o que a cidade realmente não via. Juntamos isso para montarmos a exposição itinerante “Nós Vemos”, levando de volta o material produzido nos bairros para os mesmos”, explica Agdo.
O grupo buscou trabalhar nas imagens uma linha onde os acessos à arte não eram só ligados à questão da deficiência visual, mas também a social, e discutir por meio das imagens-falantes levando-as para os bairros onde foram feitas as saídas, os quais não têm acesso para deficientes e pouca interação da população local com a arte.
Para saber mais, acesse: https://www.facebook.com/Oqueacidadenaove

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