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O que explica a proliferação de lan houses no início da década em qualquer quebrada do Brasil, com acesso à internet e imensas possibilidades a R$ 2 a hora?

O que explica a proliferação de lan houses no início da década em qualquer quebrada do Brasil, com acesso à internet e imensas possibilidades a R$ 2 a hora?
O acesso à web se expandiu pelo País e a periferia naturalmente tomou conta de tudo.
“A periferia já tinha um certo preparo anterior para a grande revolução tecnológica que está acontecendo hoje”, notaMateus Subverso, no seminário Estéticas das Periferias. “O diferencial da periferia é essa vivência anterior”.
Integrante da Edições Toró, uma editora criada com o intuito de publicar livros de escritores periféricos, o grafiteiro e B.Boy Subverso aponta que o uso natural da internet pela periferia não foi por acaso.
Se a rede é a esquina em que todos trocam arquivos e conhecimento, constróem coisas novas coletivamente e o boca a boca é digitalizado, a rede tem tudo a ver com a realidade periférica.
Nas quebradas, o “fazer junto” é cotidiano. Mães deixam os filhos com a vizinha para ir trabalhar; amigos se reúnem no fim de semana pra bater uma laje; movimentos se articulam por melhorias no bairro…
Quando entram na web, isso se potencializa.
Escritores criam blogs onde publicam seus poemas e contos e agitam saraus literários na quebrada.
Funkeiros e rappers sobem novas músicas e vídeos no youtube.
Grupos de dança e teatro conseguem saber o que é feito do outro lado, se inspirar, produzir coisa nova e inspirar os outros também.
Outro exemplo dessa apropriação é o boom da produção audiovisual na periferia, que aconteceu com o barateamento de equipamentos, que estão mais sofisticados. Qualquer celular permite gravar vídeos.
O grande dilema do uso dessas tecnologias é o que se faz com elas. “A gente tem que tomar cuidado com esse discurso de que a tecnologia é salvacionista. Ela não é. É uma ferramenta”, alerta Subverso.

Periferia.com

Em uma realidade em que o acesso ao conhecimento é um direito a todos, velhos padrões são derrubados: o interesse público supera o privado; a inteligência coletiva se sobrepõe ao conhecimento individual de um expert; e a participação é característica própria desse momento.
No meio de tudo isso, em que diversas empresas e governos têm interesses próprios, é a periferia que tem tudo pra arrebentar, segundo Heloísa Buarque de Hollanda, doutora em literatura brasileira.
Heloísa destaca que a periferia se destaca em três aspectos:

  1. Articulação: tudo que rola nos movimentos culturais periféricos entra na rede mundial pelas mãos dos próprios agitadores
  2. Comunicação: a notícia sai do lugar de onde ela de fato ela acontece. Blogs, sites, rádios comunitárias e o caso de Rene Silva, o jovem que usou o twitter pra comunicar o mundo sobre a ocupação do Morro do Alemão pelo exército são alguns exemplos.
  3. Experiências multiplataforma: já habituada ao conceito de rede, que praticava no mundo offline, a periferia inventa novas formas, como o Graffiti com pipoca (que faz animações de graffiti), entre outros.

“A periferia se mexeu com conforto absurdo na guerrilha da informação. Essa experiencia está se fazendo e a periferia vai contribuir muito trazendo a coisa de corpo, o local novo”, conclui Heloísa.

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