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100ª edição da Agenda da Periferia: para onde anda o jornalismo cultural das quebradas? – Periferia em Movimento

100ª edição da Agenda da Periferia: para onde anda o jornalismo cultural das quebradas?

A Agenda Cultural da Periferia chega a sua 100ª edição em maio de 2016, quando comemora nove anos de existência. Editada pela ONG Ação Educativa, esta publicação continua sendo o único guia impresso, mensal que cobre regularmente (de fevereiro a dezembro) uma boa parte da programação cultural das periferias da Região Metropolitana de São Paulo.
Distribuída gratuitamente em mais de 100 postos, a Agenda Cultural da Periferia mantém a tiragem de dez mil unidades, chegando, portanto, a um milhão de exemplares consumidos por um público ávido de informações culturais. Seu hotsite, criado em 2008, evoluiu para um site www.agendadaperiferia.org.br, no ar há dois anos e que amplia o alcance das informações contidas na versão impressa, acrescentando também entrevistas e reportagens sobre os temas em destaque.
A divulgação do site está muito associada às páginas da Agenda nas redes sociais. Complementa a cobertura, um programa na Rádio Comunitária Heliópolis FM (todas as terças), no ar há cinco anos e um quadro na Rádio Globo AM iniciado em 2014 (todas as sextas).
É para fazer um balanço dessa experiência de comunicação voltada para o circuito cultural da periferia que a Ação Educativa e o Centro de Pesquisa e formação realizam este ciclo. Foi feita a opção por ampliar o debate e abarcar outras experiências, dessa forma será promovida uma reflexão ampla sobre o jornalismo cultural existente hoje nas periferias e as iniciativas que, não sendo da periferia, nela se concentram, tanto como fonte quanto como difusão.
Assim, como em um espetáculo comemorativo onde um artista convida parceiros de jornada para tocarem juntos, a Ação Educativa convidará representantes de várias outras experiências para compor seis mesas de debate que contemplam uma grande diversidade de iniciativas de comunicação com foco nas manifestações culturais periféricas.
Todas as mesas serão mediadas, de forma participativa, por Elizandra Souza e Eleilson Leite, respectivamente editora e coordenador, da Agenda Cultural da Periferia.
Dessa forma pretendemos evidenciar as conquistas, avanços e também as lacunas e insuficiências que marcam o jornalismo cultural nas periferias: Qual o alcance das iniciativas? Como está a formação de profissionais?
Como os artistas periféricos lidam com essa imprensa especializada? Os artistas e comunicadores das periferias têm explorado o mundo da internet e todas as suas possibilidades, para além das redes sociais? No jornalismo cultural periférico tem espaço para grandes reportagens, resenhas e críticas?
Essas e outras questões serão tratadas em três dias de seminário no qual teremos a oportunidade de fazer uma discussão de alto nível sobre a dor e a delícia de fazer jornalismo cultural na quebrada. O coletivo Periferia em Movimento participa do debate no primeiro dia.
E para dar um tom celebrativo ao evento será feita uma homenagem póstuma a Tatiana Ivanovici (falecida em 2015), uma das pioneiras da comunicação voltada às periferias ao criar o site Do lado de cá.

Confira a programação

Terça-feira (17/05)
16h às 18h30 – Aperte o play: “Se eu tocar no seu radinho…”
O rádio é um dos veículos de comunicação que tem espaço reservado dentro dos lares da classe trabalhadora e por muito tempo foi o único meio de se informar sobre a sociedade e a cultura.  Especialmente na periferia, o Hip Hop teve papel central com os programas de rádios comunitários como o Revolução Rap (Heliópolis FM) e programas como Espaço Rap e Balanço Rap, da 105 FM. Como este meio de comunicação sobrevive há tantas décadas no Brasil? A veiculação pela Internet alterou a estratégia dos programas de rádio?
Com Danilo Barreto (Mano Zoio), locutor do Programa Revolução Rap, na Rádio Comunitária Heliópolis FM.
Com Fábio Rogério, DJ e locutor do Programa Espaço Rap, Festa da 105 e Balanço Rap, na 105 FM.
Mediação: Eleilson Leite.
19h às 21h30 – Multimídia: Cultura de periferia na internet
Ocupar todos os espaços de forma autônoma, ampliar o público em potencial, universalizar os territórios: a internet desponta como local de troca e interação cultural inovador, com impacto significativo na forma de se comunicar dos artistas periféricos. Quais são os desafios para construção de narrativas no universo web? Como fortalecer a presença e a difusão da arte periférica?
Com Alexandre de Maio, sócio do site Catraca Livre.
Com Thiago Borges, jornalista e idealizador do Periferia em Movimento.
Mediação: Elizandra Souza.
 
Quarta-feira (18/05)
16h às 18h30 – Cobertura cultural em guias impressos: o lugar e o não lugar da periferia
Os guias da grande mídia abrangem pouco mais de 20 dos 96 distritos da Cidade de São Paulo, revelando assim uma cena cultural restrita ao centro expandido e baseada  em espaços institucionalizados. Experiências como a da Agenda Cultural da Periferia e da Mural – Agência de jornalismo das periferias rompem com essa lógica e demonstram que o mapa cultural da metrópole é muito mais amplo e diverso. Essa segmentação pode ser superada? Ou se trata de interesses irreconciliáveis?
Com Érica Peçanha, doutora em antropologia, pesquisadora da cultura de periferia
Com Livia Lima, jornalista, integrante da Agência de Notícias Mural, mestranda em estudos culturais
Mediação: Eleilson Leite
19h às 21h30 – Estratégias de comunicação e assessoria de imprensa na periferia
Entre disputar imaginários na mídia convencional e conquistar visibilidade para cultura periférica em plataformas alternativas, a periferia e seus artistas vêm alcançando novos patamares de projeção por meio de caminhos inusitados e criativos. Como ampliar tais avanços e refletir sobre os desafios a serem superados? Como tem sido a formação dos profissionais dedicados à comunicação nas periferias?
Com Jéssica Balbino, jornalista e assessora de imprensa do Grupo Inquérito
Com Juliana Cintra, jornalista e coordenadora de comunicação da Ação Educativa.
Mediação: Elizandra Souza.
Quinta-feira (19/05)
16h às 18h30 – Revista: autonomia e pluralidade de vozes
As publicações impressas continuam proliferando nas bancas de jornal. Apesar dessa abundante variedade, há uma ausência de pluralidades de vozes. Para se contrapor a esse cenário homogêneo surgiram publicações autônomas que incidem no debate público e na construção de representatividade e multiplicidade dos sujeitos políticos. Por outro lado, sustentar essas iniciativas no longo prazo, conquistar, garantir e ampliar o público leitor e estruturar uma distribuição eficaz e abrangente continua sendo alguns dos muitos desafios que tais publicações independentes enfrentam cotidianamente.
Com Nabor Junior, editor da Revista O Menelick 2º Ato
Com Alessandra Tavares, integrante da Revista Fala Guerreira! Mulher e Mídia na Quebrada.
Mediação: Eleilson Leite.
19h às 21h30 – (In) visibilidade das mulheres negras nos meios de comunicação
Jornalistas Negras se apropriam da internet, por meio de blogs e mídias sociais, para mostrar a pluralidade de vozes de mulheres negras que são silenciadas no cotidiano e protagonizam referências positivas diante da complexidade das temáticas de gênero e raça/etnia combatendo o racismo e o machismo. Que vozes são essas e quais as estratégias utilizam  para fortalecer essas experiências que tem diminuído a invisibilidade da mulher negra jogando luz nas suas demandas, causas e atitudes.
Com Semayat Oliveira, jornalista e integrante do coletivo Nós, mulheres da periferia
Com Aline Ramos, jornalista e criadora do blog e página Que Nega é essa?
Mediação: Elizandra Souza.

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