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ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114
Em agosto, a Cidade do México virou palco de grupos teatrais de diversos países durante o 21º Festival Internacional de Cabaret. E o único representante brasileiro é da periferia de São Paulo. Direto do Grajaú, extremo sul da cidade, os cinco integrantes da Cia. Humbalada de Teatroviajaram à terra do Chapolin com apoio da Secretaria Municipal de Cultura para duas apresentações.
“Estamos conectando quebradas no exterior, porque os diálogos são semelhantes”, diz Tatiana Monte, integrante do Humbalada.
O intercâmbio foi além do cultural: ouviram as dificuldades enfrentadas pelos coletivos para se apresentar em espaços públicos e perceberam a pouca militância artística por políticas públicas específicas.
Com auxílio de mexicanos, adaptaram expressões e referências de “Cidadão Perfeito”, uma crítica à alienação televisiva que apresentaram em portunhol num ambiente fechado, frequentado pela elite local.
Mas o que marcou foi “Não tem ninguém com esse nome”, que trata da solidão, encenada em um mercado popular. “Atuamos para gente com quem nós nos reconhecíamos mais”, observa Tatiana.
Sem andar pelas quebradas mexicanas, o Humbalada viajou por representar a periferia paulistana em suas peças. O convite para o festival internacional aconteceu após um contato com artistas do Mexico que se apresentaram na 4ª Feira Paulista de Teatro, em 2012, em Hortolândia (SP).
De volta do Brasil, o grupo se prepara para receber colegas mexicanos e chilenos nas quebradas de São Paulo.
Formada há nove anos, a companhia do Grajaú tem origem em grupos de teatro vocacional e se mantém sem apoio privado.
“Sobreviver apenas com políticas públicas não é só uma escolha, mas é o que dá certo”, diz Cristiane Rosa, produtora da companhia. “O que a gente faz, enquanto teatro, não é um produto”, aponta Tatiana.
Entre 2006 e 2007, o Humbalada foi selecionado em editais do Programa VAI, da Prefeitura de São Paulo, e no Proac, do Governo do Estado. Os recursos permitiram criar um projeto de circulação de peças por CEUs da zona sul, além de alugar um espaço próprio da companhia no Jardim Primavera.
Em 2009, beneficiado pela Lei de Fomento ao Teatro, o Humbalada saiu do espaço fechado com o espetáculo “Vinda da Família Real”.
O contato com as ruas ampliou as conexões com outros coletivos culturais do Grajaú e fortaleceu a luta por políticas públicas para o setor na região.
Nos últimos três anos, os artistas percorreram o Grajaú para entender o que é o “ator marginal”. As ruas, as vielas, as favelas, as casas e seus moradores foram objetos de estudo de uma série de documentários chamada “Cia. Humbalada nas margens da zona sul”. Clique para assistir.
“Nossa estética é influenciada pelo lugar onde estamos inseridos geograficamente”, diz Tatiana. “Não moramos na beira da represa, mas ela nos atravessa”, completa Cristiane.
Entre andanças e conversas, o Humbalada prepara um novo espetáculo para 2015, inspirado nas margens da Billings, elemento importante na realidade do Grajaú.
Antes disso, porém, o grupo se prepara para a estreia de mais uma peça. Sem recursos financeiros, com objetos do ferro velho no cenário e figurinos comprados em brechós, o Humbalada conta com o apoio de outros coletivos da região para montar o espetáculo “Antígona, a mulher marginal”.
A tragédia grega de Sófocles ganha uma nova montagem, que traça paralelos com a realidade do Grajaú. Na história original, a figura da mitologia grega é julgada por enterrar o irmão vivo.
“É uma história da gente pra gente”, diz Tatiana, que faz o papel de Antígona.
Isso porque, na versão periférica, Antígona representa a luta milenar das mulheres em busca de direitos iguais, a luta da minoria por direito a moradia, a luta de uma periferia jogada nas franjas dessa cidade em busca de dignidade.
E, mais uma vez, o Humbalada se volta às margens.
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Serviço
“Antígona, a mulher marginal”
Estreia dia 20 de setembro (sexta) e fica em cartaz até 19 de outubro (sábado)
Horários: Sextas e sábados
Local: Espaço Cultural Humbalada – Rua Jequirituba, 83 – em frente à estação de trem Primavera-Interlagoss
Quanto: Pague Quanto Pude
Informações: (11) 5661-6534 / 98858.1717
humbalada@terra.com.br
www.ciahumbalada.blogspot.com