Mais de 80 mil servidores municipais, em especial professores da rede pública, realizaram um novo ato nesta terça-feira (19/02) no Centro de São Paulo. Em greve há mais de duas semanas, os trabalhadores protestavam contra a Reforma da Previdência aprovada no final do ano passado, entre o Natal e o Ano Novo.
Sem receber representantes dos 10 sindicatos que representam diferentes categorias profissionais, a gestão do prefeito tucano enfrenta a paralisação de milhares de trabalhadores da Educação, Saúde, Assistência Social, entre outras áreas. De acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), 70% das escolas municipais estão paralisadas na cidade.
Em assembleia, os servidores públicos municipais decidiram se juntar ao ato das centrais sindicais que acontece a partir das 10h nesta quarta-feira (20/02), na Praça da Sé, em defesa de todos os trabalhadores. Confira aqui.
A assembleia nacional contra a Reforma da Previdência acontece no mesmo dia em que o governo de Jair Bolsonaro apresenta no Congresso Nacional uma proposta que estabelece uma idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens e 62 para mulheres.
Com a justificativa de combater um rombo das contas públicas, a Prefeitura propôs uma Reforma da Previdência do funcionalismo público municipal que aumenta o desconto de 11% para 14% do salário mensal para cobrir esse déficit. Somado aos descontos de Imposto de Renda, o confisco no salário dos servidores chega a mais de um terço do salário.
Além disso, a Reforma cria a Sampaprev para administrar um fundo de capitalização para quem ganha acima de R$ 5,6 mil por mês. Os trabalhadores apontam que esse é um caminho para a venda da previdência municipal para bancos privados.
Em março de 2018, ainda sob a gestão de João Doria na Prefeitura, os servidores fizeram uma greve vitoriosa de 20 dias para barrar o aumento da alíquota para 19%. Após as eleições, Bruno Covas manobrou e o projeto foi votado e aprovado pelos vereadores na Câmara Municipal entre o Natal e o Ano Novo – dificultando a mobilização.
Agora, além da revogação do projeto, trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 10% e valorização do serviço público.
Professor e assistente de direção em escolas municipais do Extremo Sul de São Paulo, Marcelo Costa Sena segue mobilizando colegas e conversando com a comunidade. A Periferia em Movimento conversou com ele. Confira no vídeo: