Guerra às drogas e encarceramento em massa revelam racismo estrutural brasileiro

A atual legislação para entorpecentes ilegais é um dos motores do que pesquisadores e ativistas chamam de “guerra às drogas”. Os conflitos urbanos gerados pelo combate ao tráfico e ao uso de substâncias ilícitas abastecem com corpos negros o superlotado sistema prisional brasileiro.
Mortes e as prisões em cima do privilégio
O novo comandante da Rota em São Paulo, o tenente-coronel Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo, afirmou em entrevista recente que a abordagem da Polícia Militar deve ser feita de uma forma em um bairro nobre, como os Jardins, e de outra maneira nas periferias da cidade.
A declaração reacendeu novamente o debate sobre violência policial e de forma ela atinge diferentes classes e raças sociais no Brasil. No contexto de guerra às drogas, territórios e corpos negros são os alvos preferenciais da violência policial e do encarceramento.
Ainda que o tráfico e o uso de substâncias ilícitas aconteça também nas classes médias e nos bairros nobres das cidades, o ônus se restringe na maioria das vezes às periferias. Para a ativista norte-americana Deborah Small, uma nova política de drogas é um dos pontos centrais para que a violência em favelas e periferias brasileiras diminua.
“A questão da reforma da política de drogas é de interesse para afro-descendentes no Brasil já que a ‘guerra às drogas’ é a principal razão para a violência entre as comunidades e a polícia nas favelas. Enquanto o governo estiver comprometido com uma ‘guerra às drogas’, as comunidades negras estarão na mira”, afirma.

Esse é apenas um trecho da reportagem do Alma Preta, escrita por Vinícius Martins. Confira o texto na íntegra aqui.

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