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action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114mfn-opts
foi ativado muito cedo. Isso geralmente é um indicador de que algum código no plugin ou tema está sendo executado muito cedo. As traduções devem ser carregadas na ação init
ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114Originalmente publicado no Portal da Juventude*
Responda rápido: qual é a notícia do dia? E como você ficou sabendo disso?
Provavelmente, você vai se lembrar de alguma emissora de TV ou de rádio, de um portal da internet ou jornal de grande circulação.
De boa: esses meios de comunicação conseguem atingir milhares ou milhões de pessoas ao mesmo tempo e são fundamentais por botar na roda assuntos importantes do nosso dia a dia.
Com informações precisas e de diversos cantos e fontes, a gente conhece outros pontos de vista e pode debater, reivindicar nossos direitos e ter uma sociedade mais justa e democrática. Tanto que o direito à comunicação, à informação e à liberdade de expressão estão garantidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos (artigo 19).
“O Estado deve ter ações para garantir esses direitos. Uma delas é que os meios de comunicação sejam plurais e diversos. Mas o que a gente tem é o contrário disso”, explica Camila Marques, coordenadora jurídica da Artigo 19, organização internacional que defende a liberdade de expressão.
Isso ocorre porque apenas algumas pessoas podem produzir e decidir o que será veiculado nos meios de comunicação. Além de deputados e senadores serem concessionários de rádio e televisão, poucas famílias são donas de boa parte da mídia no País. Só a Rede Globo controla 40% da audiência e 70% da grana dos anúncios que passam na TV aberta, segundo o coletivo Intervozes.
Pior: ao contrário de países europeus ou dos Estados Unidos (onde a rede de TV CNN não pode ser dona do jornal The New York Times, por exemplo), no Brasil a chamada “propriedade cruzada” não é combatida. Assim, o Grupo Globo pode ter 69 TVs, rádios, jornais, revistas, sites, etc. Veja aqui.
“Os meios de comunicação estão sob a tutela de famílias ricas, brancas, proprietárias de terra, racistas, descendentes dos escravocratas do passado”, aponta o professor e ativista Douglas Belchior, integrante da Uneafro e autor do Blog do Negro Belchior. “A mídia está a serviço da disseminação de uma determinada ideologia, que é a do consumo, da superioridade racial, da da naturalização do racismo, da criminalização da pobreza, da folclorização do corpo negro relacionando-o com o crime e a violência”.
Jovens e adolescentes estão no auge do processo de formação, então acessar informações plurais e diversas e garantir sua liberdade de expressão são essenciais para o processo democrático, segundo Camila. “Mas a mídia é muito pouco comprometida em mostrar os diversos lados e aspectos de uma notícia, e cria estereotipos e estigmas sociais”, completa Camila.
Em abril, a Artigo 19 acompanhou um grupo de estudantes para denunciar os abusos policiais na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em Washington (EUA). Os secundaristas ocuparam escolas estaduais no ano passado, foram fortemente reprimidos pelo governo paulista e reverberaram sua voz principalmente pelas redes sociais, não pelos veículos de massa.
Juventude representada?
Existe uma grande invisibilidade na mídia sobre jovens pobres de diversos gêneros, classes e raças, assim excluindo pessoas que devem e necessitam de representatividade no meio social, sobretudo, a comunidade negra e indígena. A maior parte da população brasileira é negra, porém, é visível a pouca participação em, por exemplo, comerciais de publicidade: pouquíssimos são protagonizados por representatividades negras.
A jovem preta, esquecida e ignorada na mídia televisiva, quando lembrada muitas vezes é submetida a somente determinados papéis como empregada doméstica, barraqueira, analfabeta e sempre a mulher socialmente carente. Nunca houve divisões de papéis igualados entre brancas e negras. Diferentemente da mulher negra, a branca, na maioria das vezes, é a patroa, bem sucedida, é a personagem principal.
Quem poderia mudar o cenário é o governo federal ao controlar a posse de diferentes veículos por um mesmo grupo empresarial e destinar verbas publicitárias a um número maior de meios de comunicação, mas não há condições condição e sequer perspectivas disso acontecer tão cedo.
*O Portal da Juventude é mantido pela Coordenação de Juventude da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo. Junto a Escola de Notícias, Vozes da Vila Prudente e Glória Maria (estudante secundarista de Paraisópolis), o Periferia em Movimento produz conteúdo sobre juventude e direitos a partir das bordas da cidade. Acesse todas as reportagens no Portal. Periodicamente, vamos publicar por aqui também!