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De fresta em fresta, ideias brotam na cidade – Periferia em Movimento

Foto: Thiago Borges

Também em SESC Interlagos
De 21 de abril a 1º de maio, o SESC Interlagos promove mais uma edição da Mostra de Práticas Socioambientais Pétala por Pétala. O tema da vez será A Cidade nas Frestas, que busca explorar alternativas sustentáveis e ambientais que se desenvolvem dentro do contexto urbano.
Serão seis dias de atividades entre oficinas, rodas de conversa e vivências que mostrarão ao público que é das frestas que surgem as novas ideias. Em tempos de escassez de recursos humanos, naturais e financeiros, o público poderá se inspirar em projetos que têm trazido alternativas ao caos das grandes cidades, principalmente das periferias. Entre eles, 15 expositores locais vão permanecer todos os dias do evento, para mostrar como superam os desafios na cidade cinza para fazer suas ideias aflorarem.
 
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Enquanto as pessoas caminharem pelo Viveiro de Plantas do SESC, vão ser surpreendidas com intervenções inusitadas, desde um equipamento eletrônico descartado que agora compõe uma obra de arte até um crochê na árvore. “A ideia é reunir iniciativas que surgiram na cidade e mostrar que tudo pode ser ressignificado, depende do ponto de vista”, conta Ciro Schu, que junto de Marcelo Jackow e com a colaboração de diversos artistas da cidade, prepara a ambientação artística do Viveiro de Plantas.
Ciro enxerga o trabalho de resistência como uma alternativa para quebrar o concreto duro que envolve as cidades. “Existem brechas, desde as que fazem com que a natureza consiga brotar, às que fazem com que ideias novas consigam surgir dentro desse sistema que já é tão opressor. É uma metáfora, mas na prática também acontece com vários projetos, ideias, iniciativas principalmente de pequenos grupos que não se conformam em ter que viver ou aceitar esse estilo de vida que a cidade impõe”.
 

 

Quem faz acontecer

Atuante na região do Jardim Ângela, o Núcleo de Educação Ambiental Ângela de Cara Limpa é uma incubadora de iniciativas que apostam em alternativas de trabalho.


 
O projeto, como conta a coordenadora Sulália de Souza, auxilia na gestão de empreendimentos sociais e solidários na região do Ângela. “Nossa função é apostar no ser humano, ver suas ideias e junto com elas buscar algo diferente”, explica. Os projetos JRP Tijolo e Solo Cimento, Reciclângela, Papel de Mulher, Projeto Colmeia, incubados atualmente no Ângela de Cara Limpa, serão expositores no Pétala Por Pétala, e contarão sua experiência em garantir o sustento ‘do lado de cá’ da ponte, sem ter que passar 4 horas por dia num ônibus para chegar ao trabalho.
 

Além da oportunidade de dar visibilidade aos seus trabalhos, os expositores também vão poder trocar experiências e aprender com outras iniciativas, avaliam os produtores da JRP Tijolos. Eles levarão ao público sua vivência na fabricação de tijolos de solo e cimento, que são fruto do reaproveitamento de materiais descartados de outras obras. “Quando reutilizamos material da construção, estamos preservando a natureza, e essa fresta nos permite dar a possibilidade de qualquer um ter uma casa digna, dando melhoria na condição de vida pra as pessoas”, conta Paulino Martiliano da Silva.

O Mil Orquídeas Marginais é outro projeto que mostrará como perceber e utilizar essas frestas. Juntos a voluntários, Carolina Sciotti e Alessandro Marconi devolvem à Mata Atlântica as orquídeas que o desmatamento e o crescimento desenfreado tiraram dela. Já foram plantadas mais de 700 mudas, e Carolina acredita que esse movimento só foi possível devido aos pequenos espaços que a cidade abre. “A gente atua numa frestinha que a cidade permite que se abra, que se manifesta tanto no momento que vivemos de contestação da nossa relação com a cidade, na união das pessoas que procuram pelo diferente, por sair de uma manada que é ensinada a pensar igual, quanto na internet, que permite difundir ideias que a grande mídia não leva”, conta ela.
 

O que vem por aí

Da flor que nasce no asfalto às paixões entre passageiros do metrô, muitas frestas garantem nossa humanidade na selva de pedra. “É como se as paredes estivessem desmoronando e as frestas são os buraquinhos onde a gente consegue enxergar o que vem depois”, diz Natalia Garcia, criadora do projeto Cidades para Pessoas, que participa do bate-papo de abertura na quinta-feira, 21 de abril.
Natalia vê as frestas como “partes de respiro entre as coisas já estabelecidas, que permitem entender um momento de possibilidade de transformação, a cidade é o lugar pra questionar o que está dado e apresentar coisas novas”.

É como se as paredes estivessem desmoronando e as frestas são os buraquinhos onde a gente consegue enxergar o que vem depois
(Natalia Garcia)

 
“O recorte que o Pétala por Pétala vai fazer é de pessoas que estão inventando formas novas de trabalhar e deixam algum tipo de marca positiva na cidade. Todos os projetos mapeados pelo Pétala por Pétala mostram a capacidade de inovação que a cidade tem”, completa Natalia.
Para trazer o equilíbrio entre cidade e natureza, Peter Webb completa a mesa de abertura com sua experiência internacional na permacultura, compartilhando sua vivência como membro fundador e conselheiro do Instituto Humanaterra. O permacultor conta que, além das frestas físicas, que permitem que as plantas ocupem espaços nos mais variados cenários, ele trabalha com as frestas que existem nas pessoas. “As frestas são momentos e pensamentos que as pessoas têm. A gente pode aproveitá-las pra colocar ideias, símbolos, cores, cheiros”, pois através do diálogo, quando frestas se abrem nas mentes das pessoas, elas “começam a sentir vivas de novo, saudáveis, criativas”.
O evento será um desses espaços, propício para que as frestas se abram nas nossas mentes e brotem novas ideias, pétala por pétala, até que o cenário da cidade se modifique.

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