Entre os dias 02 e 28 de março, acontece em toda a cidade de São Paulo o evento “Mês do Hip Hop: De las calles para as ruas – Salve Abdias do Nascimento e Rainha Aqualtune. O evento será composto por encontros entre hip hopers de países latinos para troca de experiências e também valorização do movimento hip hop e sua importância na história dos povos latinos.
O Mês do Hip Hop é uma parceira entre a Secretaria Municipal de Cultura, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e o Movimento Hip Hop para efetivação da lei 14.485/2007 – Semana de Hip Hop, com intuito de fortalecer o pertencimento cultural periférico pela cidade.
A abertura acontece nesta segunda-feira (02/03), na Praça das Artes – Avenida São João, 281, com a presença do movimento hip hop e também de secretários das pastas de Cultura, Promoção da Igualdade Racial e Educação. Após a solenidade de abertura, haverá espaços freestyle em que todos os presentes poderão dançar, rimar e discotecas.
Durante todo mês acontecem oficinas dos quatros elementos (Dj, Mc, Graffit e Break) em 40 Centros Educacionais Unificados (CEU) para apropriação das técnicas do fazer hip hop por alunos da rede. Todas as oficinas acontecerão de segunda a quinta-feira. Nas sextas-feiras, nos espaços chamados Pólos, serão realizados diálogos sobre a temática do Genocídio Contra a Juventude Preta, Pobre e Periférica, e apresentações dos oficinandos no palco para mostrarem o que aprenderam durante a Semana de Hip Hop nas quatro macrorregiões.
A cada fim de semana, também acontecem apresentações de artistas locais dos quatro elementos (MC, Graffit, Break e Dj) em grandes shows nas zonas leste, norte, oeste e sul.
E no dia 20 de março, acontece a cerimônia de entrega do Prêmio Sabotage na Câmara Municipal. E dia 21 de março, quando se celebra o Dia Internacional Contra o Racismo, o Vale do Anhangabaú será palco para o FESTIVAL HIP HOP NO CENTRO onde mais de 300 artistas farão o hip hop acontecer durante 12 horas, a partir do meio dia.
Um diferencial desta edição do evento, com duração de um mês, não somente uma semana, se deu a partir de diálogos entre poder público e movimento que perceberam a necessidade de haver uma programação da Semana de Hip Hop em cada zona da cidade. Assim, consegue-se mapear e também garantir a participação ampliada de artistas e pessoas que fazem do hip hop um patrimônio cultural da cidade.
As oficinas, debate-papos e apresentações serão pautados nas questões da juventude, racismo institucional, garantia de direitos e cultura do continente para combater o Genocídio da Juventude Preta e Pobre latina.
Os pólos foram batizados com nomes de líderes do continente americano que são referências políticas e de identidade do movimento Hip Hop, como: Malcon X e Blacks Panthers (EUA); Zapata, Garcia Marquez e Frida Kahlo (México); Sendero Lumminoso (El Salvador); Simon Bolivar e Tupac Amaros (Venezuela); MNU, Dina Di, Milton Santos, Paulo Freire, Sabotagem, Zumbi, Dandara, Malês, Luiz Gama, Luiza Mahin, Solano Trindade, Boal (Brasil).
Um dos principais homenageados, Abdias do Nascimento, em referência ao seu centenário, foi responsável pelo teatro do negro, trazendo para o país a discussão da cultura. Sua ação de referência foi sua luta contra o genocídio da população negra que ele identifica e leva para tribuna do parlamento e confronta o racismo institucional das elites brasileira.
Já Aqualtune, princesa do Congo, comandou um exército de dez mil homens em batalha contra os Jagas, guerreiros bárbaros que invadiram o Congo. Com a interferência dos escravistas europeus que, com armas de fogo, desequilibravam as lutas dos povos africanos conforme seus interesses, o exército de Aqualtune foi derrotado e a princesa foi capturada e trazida ao Brasil nas condições sub-humanas de todo navio negreiro.
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