web-stories
domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114mfn-opts
foi ativado muito cedo. Isso geralmente é um indicador de que algum código no plugin ou tema está sendo executado muito cedo. As traduções devem ser carregadas na ação init
ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114No último sábado (03 de agosto), os cerca de 4 mil moradores ficaram presos na Ilha do Bororé – que, na verdade, é uma península localizada no extremo sul de São Paulo e banhada pela represa Billings.
Por cerca de três horas, um grupo de manifestantes que vive na ilha paralisou a balsa que faz a travessia sobre o reservatório até a avenida Dona Belmira Marin, no Grajaú, que fica na outra margem da Billings. Além da embarcação, a outra alternativa para sair do Bororé é pela estrada Paulo Guilguer Reimberg, uma via não pavimentada que liga a península até a região deParelheiros em um percurso de mais de uma hora.
A manifestação foi acompanhada pela equipe do Periferia em Movimento, que também ficou ilhada enquanto desenvolvia uma atividade no local com agentes marginais do coletivo Imargem e participantes do festival HUB Escola.
O protesto foi motivado pela recente troca da balsa. Segundo os moradores, o veículo anterior transportava 20 carros e demorava para cruzar a represa. Além da capacidade menor (a balsa atual suportaria até dez carros), o tempo gasto para a travessia subiu para 25 minutos, de acordo com relatos de moradores.
“A gente fica até duas horas na fila e não temos resposta de ninguém”, aponta o morador Marcelo Lima, que trabalha em Interlagos. “Resolvemos fechar a balsa porque a segurança tá escassa”, continua.
Marcelo e vizinhos reclamam que, com a menor capacidade e o maior tempo de espera pela balsa, as filas de carro à espera do embarque têm sido cada vez maiores e criminosos têm aproveitado para praticar assaltos no local.
“Os caras chegam de moto pedindo tudo e você vai fazer o quê?”, questiona o morador Agamenon Rodrigo Araújo, cuja filha teve o carro levado por assaltantes recentemente. “A alternativa era aumentar [a capacidade] da balsa e andar mais rápido. Não tem lombada na água”, diz.
Procurada pela reportagem, a EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia, responsável pela administração da balsa Bororé) informa que não houve mudanças quanto à capacidade ou tempo de travessia da represa.
Confrontada com as queixas dos moradores, a empresa diz que a embarcação transporta 440 mil veículos por ano, com capacidade para 12 veículos leves por viagem, e o tempo de percurso em água é de quatro minutos.
Além da Bororé, há outras duas embarcações sobre a Billings no município de São Bernardo do Campo.
Segurança
Sobre os assaltos, a EMAE diz que é responsabilidade da Polícia Militar. Presente com pelo menos quatro viaturas no protesto de sábado, a PM tentou negociar com os manifestantes para liberação da balsa e comentou os crimes.
“Não é responsabilidade nossa”, explica o sargento Nakazato, do 50º Batalhão (em Vila São José), que faz a patrulha na Ilha do Bororé. Os assaltos estariam ocorrendo na outra margem, no lado do Grajaú. “Do lado de lá [da balsa], está a cargo do 27º Batalhão (no Parque América)”, diz ele, que promete um policiamento maior na área sob seu comando.
Bairro localizado dentro de uma área de proteção ambiental, a Ilha do Bororé vive compõe a periferia de uma periferia, que é o distrito do Grajaú. Com apenas uma escola, um posto de saúde e uma linha de ônibus para atender à população, os moradores da Ilha do Bororé dependem da balsa para fazer quase tudo e prometem novas manifestações.
“Se alguém passa mal do lado de cá, fica difícil até de socorrer”, diz Marcelo. “Isso aqui é só uma advertência”.