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domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114mfn-opts
foi ativado muito cedo. Isso geralmente é um indicador de que algum código no plugin ou tema está sendo executado muito cedo. As traduções devem ser carregadas na ação init
ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114O que o Extremo Sul de São Paulo tem a ver com o Grande Recife? Quando tratamos do meio ambiente, cujo dia é lembrado mundialmente nesta terça (06/06), tem muita coisa em comum.
Em mais um escambo periférico, dessa vez com o tema “Saberes da Natureza”, o Periferia em Movimento pretende investigar como o meio ambiente – e os ataques a sua preservação – influenciam na manutenção de culturas tradicionais nas periferias. E estamos fazendo isso na região de Grajaú e Parelheiros (Extremo Sul de São Paulo), onde a gente atua, e em diferentes comunidades do Recife e Olinda, em Pernambuco, de onde inclusive muitas e muitos dos que vivem em nossas quebradas vieram.
O Extremo Sul de São Paulo é margeado por duas represas, a Billings e a Guarapiranga, que abastecem um terço da região metropolitana; e tem duas APAs (áreas de preservação ambiental), a Bororé-Colônia e a Capivari-Monos, onde estão nascentes de rios que desaguam nessas represas. É uma região importante para a manutenção da cidade de São Paulo e seu equilíbrio ambiental, porém abandonada pelo poder público. Com isso, temos uma população de quase 800 mil habitantes que ocupou irregularmente essa área nos últimos 40 anos, e com muitos direitos violados. Boa parte dessa população é migrante ou descende de quem migrou do Nordeste.
Por aqui, já entrevistamos duas pessoas para esse projeto. Uma delas é a rezadeira Dona Beth, católica fervorosa que veio de Pernambuco morar no Grajaú há algumas décadas. Por aqui, ela viu mudanças no território, mas continua colhendo folhas de guiné e arruda para benzer quem procura por ajuda. Outro entrevistado é o filósofo e escritor Olivio Jekupe, indígena guarani que vive na aldeia Krukutu, em Parelheiros, e que fala da importância da luta pela demarcação de terras indígenas para manter o ambiente preservado.
Desembarcamos na capital pernambucana no final do feriado de Corpus Christi, 31 de junho.
Logo que saímos do aeroporto, no caminho para a Nova Morada, observamos como aquela cidade era plana e tinha rios e canais percorrendo os bairros. Muitas pontes atravessavam canais poluídos que antes do aumento das indústrias foi um rio limpo. É curioso de se pensar que o rio Capibaribe corta a cidade toda e passa por várias intervenções até chegar ao mar, quando chega.
Nossa hospedagem varias, pois em todos os lugares que conhecemos foi uma sensação incrível de acolhimento. Mas os locais onde dormimos foram duas casas em específico: a casa da Natália Corrêa, do coletivo Favela News, e a casa do Rodrigo, do coletivo Caranguejo Uçá.
O FavelaNews usa mídias digitais para oferecer meios de reconhecimento a moradores da periferia e para destacar o lado bom da favela: seus líderes, sua educação, seu trabalho, sua arte, sua energia para mover o mundo. Também busca meios de organizar algumas das comunidades do Canal para resistir à violência e buscar um mundo melhor para os moradores dos bairros, especialmente para as crianças.
O Caranguejo Uçá é uma associação comunitária que tem por finalidade promover a economia verde inclusiva no território da Ilha de Deus, bem como estimulá-la e disseminar práticas exitosas no município do Recife e no Estado de Pernambuco, alicerçada nos pilares da educação, cultura, comunicação, tecnologia da informação e meio ambiente.
Natália, do Favela News, e o Periferia em Movimento (Foto: Periferia em Movimento)
O rio Capibaribe que hoje parece um córrego com cheiro forte de esgoto, algum dia foi mais vivo. Ele percorre outros estados e chega ao Recife recebendo alta carga de resíduos de empresas e de esgoto doméstico. Nas épocas de chuvas fortes, ele enche e atinge as ruas, assim como a maioria dos canais. Tem inclusive algumas áreas do Recife conhecidas como a Veneza, como a Brasilia Teimosa, por ter épocas em que moradores andam de barco entre suas casas. Bom seria se a água não fosse poluída e a população tivesse acesso ao saneamento básico, para poder pescar dali mesmo. Porém, como vimos nos outros dias, os pescadores vão cada vez mais longe em busca de peixes.
Ponto de Cultura Daruê Malungo (foto: periferia em movimento)
Mestre Meia-noite no Daruê Malungo (foto: Periferia em movimento)
Comemoração de 20 anos do coco de umbigada (foto: periferia em movimento)
Sede do Caranguejo Uçá na Ilha de Deus (Foto: Periferia em Movimento)
Tanto em São Paulo quanto no Recife, a ausência do Estado em todos os territórios é evidente. Os moradores criam um equilíbrio com o meio ambiente em todos os espaços, mas o governo não amplia essa relação, suas únicas ações são no sentido de coibir essa relação.
Esse questionamento, sempre presente entre nós, ficou mais evidente durante a imersão do “Clima e Territórios”, um projeto da agência Purpose com participação de 10 coletivos de comunicação periféricos de seis cidades brasileiras com objetivo de discutir mudanças climáticas e periferias. Essa imersão rolou entre o final de abril e começo de maio em Parelheiros (São Paulo), e foi onde conhecemos o Favela News e o Caranguejo Uçá.
Como resultado, temos esse escambo periférico. E até o final de julho, o Periferia em Movimento conta histórias de pessoas que vivem em harmonia com os recursos naturais e preservam o meio ambiente e as culturas tradicionais.