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Sobrenome Liberdade: o nascimento de mais um sarau na periferia de São Paulo – Periferia em Movimento

Sobrenome Liberdade: o nascimento de mais um sarau na periferia de São Paulo

(Foto: Thiago Borges / Periferia em Movimento)

A flor que nasce no asfalto. (Foto: Thiago Borges / Periferia em Movimento)

O que era pra ser “apenas” um festival se revelou uma surpresa: essa noite foi marcada pela criação de mais um sarau literário na aridez da periferia de São Paulo, somando aos mais de 50 outros que existem por aí. É a flor que nasce no asfalto, como escreveu Drummond.Na noite de quinta-feira (13/09), em que uma garoa fina cobria os telhados do Grajaú, fui ao Relicário Rock Bar para acompanhar o Festival Sobrenome Liberdade.
A partir de outubro, o sarau será mensal, acontecendo sempre às primeiras quintas de cada mês.
Baiano, Ni Brisanti morou no Cantinho do Céu (extremo do Grajaú), na Cidade Dutra e, há 3 anos, na Chácara Santana – perto da Cooperifa.“Era pra ser um festival, virou um sarau periódico porque tem público, tem poetas e uma necessidade de se ter isso aqui”, explica Ni Brisanti, o idealizador do Sobrenome Liberdade.

Tribos

“Estamos próximos de chegar aonde a gente merece, que é o reconhecimento do poder público de que isso aqui é cultura também”, analisa o sambista Chapinha do Samba do Vela, que há 30 anos milita pela cultura na periferia, e compareceu ao Sobrenome Liberdade.Bar tradicional dos roqueiros do Extremo Sul paulistano, o Relicário abriu as portas para rappers, sambistas, poetas e artistas de todas as tribos.
Gente da cidade inteira compareceu ao sarau-festival: do Capão Redondo a Carapicuíba.
“O que fez a gente vir aqui é essa troca, esse encontro de saraus”, diz Vandeir Oliveira, poeta de Suzano (SP) que integra o Tenda Literária, que realiza saraus em praças públicas.
No final, ainda rolou um pocket show da banda local Couro Cabeludo Rock.

Comunidade

Apesar de mais de 40 pessoas presentes, Ni Brisanti reconhece que havia pouca presença de gente que realmente mora no local. “E tem que ter, porque senão vira uma punheta poética, a gente falando pra gente mesmo”, diz. A ideia é começar pequeno, mesmo, fortalecer a cena literária na região e mostrar que literatura não é só pra Paulo Coelho.
Por isso, ele já pede: compareçam ao próximo sarau Sobrenome Liberdade.
Quando: 04 de outubro, às 20hs.
Onde: Relicário Rock Bar
Rua Manoel de Lima, 178 – Próximo ao Terminal Grajaú
(esquina da Rubem Souto com a Manoel de Lima)

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