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Billings: o que acontece quando a gente se apropria da represa? – Periferia em Movimento

Billings: o que acontece quando a gente se apropria da represa?

Texto por Thiago Borges, com captação de fotos e vídeos por João Pedro Matos Lima, Laís Diogo, Matheus Oliveira e Paolo César Vieira, durante cobertura colaborativa realizada em oficina de jornalismo realizada pelo Periferia em Movimento na Virada Sustentável 2016 – Extremo Sul

Franz Thomas de Oliveira Souza tem 21 anos. E, desde que nasceu, dá de cara com a represa Billings na porta de casa. Mas nem sempre ela esteve ali.

Construída em 1925 para gerar energia e depois utilizada para abastecer as torneiras da região metropolitana, a Billings é o maior reservatório de água em área urbana do mundo, mas já não cumpre sua função principal. Hoje, em torno de um milhão de pessoas moram em suas margens, considerando a Zona Sul de São Paulo e os municípios do ABC Paulista.

A especulação imobiliária que expulsou moradores das regiões centrais somada à chegada de milhares de migrantes em busca de emprego e casa barata pra morar e a falta de estrutura oferecida pelo poder público transformou as diversas penínsulas da Billings em bairros. Um deles é o Jardim Gaivotas, onde vive Thomas.

“Todo morador que vem para os extremos busca um refúgio dos aluguéis caros do centro da cidade. Aos trancos e barracos, vão construindo suas casinhas em volta da represa, de forma inconsciente e sem o mínimo de apoio e orientação”, observa ele, que cresceu participando de mutirões de limpeza nas bordas do reservatório.

01092016_ Vivências náuticas_ oficina jornalismo virada sustentávelPara Adolfo “Ferruge” Souza Duarte (na foto ao lado), que está na região desde 1990, a questão da moradia precária e o fato de muitos habitantes passarem a maior parte do dia fora do bairro – seja trabalhando, estudando ou em outros afazeres – acabam afastando a população do manancial. Além disso, pelo histórico de ocupação local motivado pela necessidade de um teto, alguns sentem até vergonha de morar nas margens.

Para resgatar a identidade cultural local, tanto Ferruge quanto Thomas estão engajados em projetos náuticos que focam na apropriação da represa e no reconhecimento da cidade pelos moradores a partir das águas da Billings.

Em 2014, Ferruge fundou o espaço Meninos da Billings no Parque Residencial dos Lagos, bem ao lado do Parque Linear Cantinho do Céu. Desde o ano passado, o local tem atividade do projeto Remada na Quebrada, com aulas de canoagem e reforço escolar em matemática, física, história e sociologia. “Queremos desenvolver a educação por meio da náutica”, diz ele.

 No Jardim Gaivotas, Thomas associou sua experiência da extinta ONG Vento em Popa – que trabalhava no desenvolvimento social de comunidades empobrecidas por meio da vela – com a linguagem onipresente do graffiti no projeto Navegando nas Artes, com objetivo de causar impacto positivo na relação entre a população e o meio ambiente.

 “Propondo pintura nas embarcações e nas velas, além de vivências de navegação junto à comunidade e eventos culturais, pretendemos ampliar a reflexão, sensibilização e mobilização das comunidades para temas como: a valorização da água como bem natural finito, meio ambiente e lazer sustentável e mobilidade”, completa.

Atravesse a balsa

Não é de agora que essas margens inspiram e são utilizadas por moradores, artistas, ativistas… No final da avenida Belmira Marin, encontra-se a balsa que liga o Grajaú à Ilha do Bororé, que na verdade é uma península habitada por quase 10 mil habitantes.

Refúgio de final de semana para milhares de moradores da região, com sítios e marinas, a Ilha também abriga a Casa Ecoativa – projeto criado pela EMAE que ficou abandonado entre 2008 e 2014, mas foi retomado nos últimos anos pela população local. Hoje a Ecoativa oferece saraus, shows, cursos e oficinas de temas que vão da mídia livre à permacultura. Confira no vídeo:

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