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domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114mfn-opts
foi ativado muito cedo. Isso geralmente é um indicador de que algum código no plugin ou tema está sendo executado muito cedo. As traduções devem ser carregadas na ação init
ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114Reportagem de Laís Diogo. Edição de texto: Thiago Borges. Fotos: Arquivo pessoal / Maria Eduarda Figueroa
A Periferia em Movimento publica uma série de relatos sobre como moradores e moradores de periferias, com ou sem denominação religiosa, têm vivido sua fé em tempos de quarentena. Clique aqui e leia outros relatos.
Relato de Maria Eduarda Figueroa Silva, de 21 anos, oficineira e moradora do Grajaú (Extremo Sul de São Paulo). Ela é umbandista e frequentadora do TUCU (Tenda de Umbanda Caboclo Ubirajara Flecheiro), no Jardim Eliana.
Olha, sendo bem sincera: é muito difícil esse processo de distanciamento e foi extremamente repentino para nós, por assim dizer. Saímos de uma rotina constante de giras para a parada total das atividades. Nós estamos nos organizando para fazer orações e alguns trabalhos entre nós, e nos comunicamos constantemente por whatsapp e outras redes sociais. Mas não é a mesma coisa.
Meu pai de santo tem-se feito presente nesses momentos em que nos comunicamos via rede social. Todos nós trocamos muitas informações, mas sempre com a recomendação de permanecer em oração e nos manter em casa.
Não estamos tendo giras! Entre nós, essas conversas têm acontecido sobre um todo. Existe uma discussão preocupada sobre como e quando isso vai passar. Fora isso, e principalmente com essa pergunta, penso que é algo que podíamos estar fazendo, já que temos páginas no instagram e twitter.
É realmente solitário e assustador estar nesse momento. Era uma rotina de certa forma intensa, nos encontrávamos a maior parte dos finais de semana e o TUCU em particular é um terreiro que acolhe muitas pessoas. Então, o costume era sempre ter um salão cheio de filhos e para além disso uma assistência repleta. Esse desligamento momentâneo e brusco causa uma sensação de imenso vazio em nós filhos de santo.
Entre outras coisas, nós podemos exercer a nossa fé de dentro das nossas casas, porque a fé é algo que caminha conosco. Mas nada se compara a bater cabeça pro seu congá. A ouvir o som do atabaque, as vozes e a voz acompanhando. Um terreiro vazio causa muito sofrimento a muita gente.
Nesse momento, estamos nos esforçando para que nossa página seja um pouco acolhedora e traga algum conteúdo como forma de não deixar apagar essa chama que uma gira bem tocada nos traz. Por outro lado, esperamos ansiosamente a volta do nosso amado TUCU ao seus dias de “macumba”. Sinceramente, a volta promete giras inesquecíveis e uma valorização ainda maior das sensações que a religião nos traz.
Estamos preocupados e esperançosos. O TUCU é nossa casa. A expectativa é que ele nunca mais precise estar vazio.