Foto em destaque: Ireti / Duda Viana
Fim de semana chegou e, com ele, a possibilidade de conferir produções audiovisuais feitas por e para periferias. A gente lista abaixo 9 sugestões com espetáculos e obras cênicas, documentários, exposições, festivais e um canal de entrevistas pra você conferir.
Realizada pelo grupo de dança negra contemporânea Zona Agbara, a websérie “Pilares” retrata por meio da dança a vida e a obra de Tula Pilar. A poeta mineira que viveu na periferia de São Paulo faleceu em 19 de de abril de 2019. Dividida em 3 episódios, a produção estreia no mês de maio por meio de diversas páginas de facebook e youtube em apresentações únicas, que não ficarão disponíveis após as datas.
É possível assistir aos episódios 2 e 3. No episódio 2, “Tula: terra e ventre de cabaça”, ela circulava a cidade como vento, mulher que pulsava sua feminilidade com autonomia. Disponível nas páginas da Zona Agbara, acesse aqui (às 19h no dia 14/5 e às 11h e 19h, no dia 16/5); CITA, acesse aqui (15/9, 19h); Biblioteca Adelpha Figueiredo, acesse aqui. (17/5, 19h); Centro de Referência da Dança, acesse aqui. (18/5, 19h); e Casa de Cultura Campo Limpo, acesse aqui. (19/5, 19h).
Já o episódio 3, “Tula: A água da justiça”, celebra o legado da escritora como água que escorre por diferentes espaços e territórios. Disponível pelo canal da Zona Agbara (dias 20/5, 21/5 e 24/5, às 11h – acesse aqui); Casa de Cultura Tremembé, acesse aqui (20/5, 19h); Casa de Cultura M’Boi Mirim, acesse aqui (21/5 e 23/5, 19h); CITA, acesse aqui (22/5, 18h); Centro de Referência da Dança, acesse aqui (22/5, 20h) e Biblioteca Adelpha Figueiredo, acesse aqui (24/5, 19h).
A Cia. Repentistas do Corpo completa 20 anos de existência em 2021 e realiza a circulação do espetáculo “Corpos Brasileiros”, que é inspirado nas influências e confluências entre as culturas indígena, portuguesa e africana que tomaram lugar no Brasil.
O recorte principal desta obra está na ginga, na quebra e no contratempo presentes na nossa música e, consequentemente, na maneira de dançar do brasileiro. Estas características são fruto da sonoridade sincopada dos ritmos brasileiros; onde o Baião, o Samba, o Côco, o Ijexá e o Maracatu expõem as batidas e as marcas deste choque cultural.
Assista em 19 de maio (quarta-feira), às 16 e às 20h, pelo canal no youtube.
Com a missão de amplificar as culturas afrodiaspóricas, a Cia. do Despejo estreia a videoarte online “IRETI”, inspirada no espetáculo de mesmo nome. A distopia conta a história de uma mãe preta que pariu o Brasil e, depois de ser preterida pela nação, reivindica seus direitos de criação. A obra é uma crítica à necropolítica brasileira e às violências sofridas pelas mulheres negras em nosso País.
As cenas foram gravadas sem plateia e seguindo todos os cuidados para garantir a segurança do elenco. O resultado será transmitido entre os dias 13 a 16 de maio, 19 a 22 de junho e 17 a 19 de julho, sempre às 20h, pelo canal da Cia. Mungunzá de Teatro no YouTube.
Refletindo sobre a legitimação, valorização e conscientização da história preta brasileira, o coletivo Agô Performances Negras lançou em 14 de março o documentário “BANZO”. A data foi escolhida para celebrar o nascimento de Abdias do Nascimento, ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras.
Guiada por uma contação de história performática, “BANZO” traz uma arte preta contemporânea com raízes, práticas afetivas e ancestrais. Entre as principais inspirações para esse registro, nomes como o já citado Abdias do Nascimento, Bando de Teatro Olodum (BA) / Cia os Crespos (SP) / Cia Capulanas Arte Negra (SP) / Coletivo Negro (SP) e NATA – Núcleo Afro-Brasileiro de Teatro de Alagoinhas (BA).
Robsoul, Lyryca e a dupla DeAssalto – Diego e Rodrag falam das lutas diárias como representantes da cultura hip hop e suas atuações em diferentes lugares que ocupam: a luta antirracista; luta pelo reconhecimento e participação dos povos indígenas na composição de nossa ancestralidade e identidade cultural; e o enfrentamento à discriminação contra a população LGBTQIA+.
O vídeo faz parte das ações do projeto Seja Independente ou Morra – percursos entre acordes e rima – financiado pelo Programa de Fomento à Cultura da Periferia de São Paulo e idealizado pelo 1°Andar Studio & Produções, do Extremo Sul paulistano.
A favela evidencia as contradições das medidas sanitárias para conter o avanço da pandemia no Brasil. A necessidade de ir ao trabalho ou a impossibilidade do isolamento pelas condições de moradia colocam em risco a população periférica no enfrentamento à pandemia. Esse é o mote do documentário produzido por Kessis Sena, que acompanhou a ação de movimentos sociais em São Paulo e Belo Horizonte.
Uma questão cronicamente desafiadora – e que ganha contornos inesperados em tempos de pandemia – fundamenta a seleção criada pela escritora Juliana Borges para a plataforma Videobrasil Online.
A exposição ‘Confinamentos’, que fica disponível para o público até 4 de julho, mostra lança um olhar abrangente para 3 décadas de acervo histórico da plataforma, selecionando obras que põem em pauta as diversas formas de cerceamento físico e psicológico a que estamos submetidos, indo do encarceramento em massa aos interditos do racismo, da ideia de manicômio às prisões políticas, da criminalização da homossexualidade à perversidade do monitoramento digital.
Com mais de 23 mil assinantes, O Fino da Zica é um canal no youtube voltado à arte urbana. Em 2021, o canal volta com uma temporada focada na cultura hip hop. Com um entrevistado por mês, o projeto pretende conversar com artistas sobre suas inspirações, livros e filmes que influenciam suas rimas. A nova temporada traz nomes como Monna Brutal, Rashid, Enivo, Brisa Flow, Mana Bella, entre outras.
Realizado pelo Telas em Movimento, um programa de democratização do acesso à sétima arte, o terceiro Festival de Cinema nas Periferias aborda a inclusão digital.
Uma das formas de tentar colaborar com a democratização do cinema foi com a realização da oficina ministrada por Ariela Motizuki. O encontro durou uma semana e foi direcionado para jovens ribeirinhos, quilombolas e periféricos. E o mais legal: cada um deles já colocou em prática o que aprendeu, produzindo um vídeo-minuto em que o tema é o mesmo que guia o festival: inclusão digital.
Todos os filmes já estão no canal do YouTube. Acesse aqui para conferir.