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domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114mfn-opts
foi ativado muito cedo. Isso geralmente é um indicador de que algum código no plugin ou tema está sendo executado muito cedo. As traduções devem ser carregadas na ação init
ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114Com informações da Assessoria de Imprensa. Foto em destaque: Douglas Fontes
Divulgado na semana passada, um novo estudo realizado pelo Instituto Pólis indica que a taxa de mortalidade por covid-19 na cidade de São Paulo é 49% maior entre a população negra do que entre brancos. Homens negros correm ainda mais risco.
Considerando o período de 01 de março a 31 de julho de 2020, o índice foi de 172 óbitos por cada 100 mil habitantes entre pretos e pardos. Já entre brancos, essa taxa foi de 115 óbitos/100 mil.
O quadro indica que, embora mais jovem, a população negra é proporcionalmente mais vulnerável à pandemia.
A equipe do Pólis utilizou o método de padronização, comum na epidemiologia, para analisar as taxas de mortalidade de brancos e de pretos e pardos. Era preciso considerar as diferentes composições etárias entre essas populações, uma vez que o segundo grupo é composto por um maior número de jovens.
O estudo teve como base os dados da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS), do PRO-AIM (Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade), da Fundação Seade, IPVS (Índice Paulista de Vulnerabilidade Social), da pesquisa Origem-Destino do Metrô de Paulo, da Rede Nossa SP, do DataSUS e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O método também permite identificar qual seria o número de óbitos esperados das populações analisadas caso as condições de vida e pirâmide etária fossem iguais a da cidade como um todo.
A taxa padronizada de pretos e pardos indica que, no município, seriam esperados um total de 4.091 óbitos entre pessoas negras. Entretanto, foram registradas 5.312 mortes até 31 de julho – 1.221 vítimas ou 29,85% a mais do que o esperado.
Em relação aos brancos, a padronização aponta que seriam esperados 11.110 óbitos até 31 de julho, quando foram registradas 9.616 mortes de pessoas dessa raça/cor. Ou seja, 1.494 pessoas ou 13,4% a menos.
A análise também verificou que mulheres apresentam taxas de mortalidade menores quando comparadas às de homens da mesma raça/cor.
Com a padronização, entretanto, também foi possível identificar enorme disparidade entre as taxas na comparação por gênero entre os negros e brancos.
A maior diferença é observada entre os homens. Até 31 de julho, a taxa de mortalidade padronizada para brancos era de 157 óbitos a cada 100 mil habitantes. Para homens negros, a taxa subiu para 250 mortes a cada 100 mil habitantes.
Entre as mulheres brancas, a padronização mostra uma taxa de 85 óbitos/100 mil hab. Para negras, o indicador sobe para 140 mortes/100 mil hab. Esta comparação reforça a análise que a raça/cor tem grande peso quando se trata de acesso à saúde no município.
A evolução do número de vítimas entre os grupos também reflete como a pandemia impacta mais a população negra. Embora todas as taxas tenham crescido durante o período analisado, o movimento ascendente da curva de homens negros é nitidamente mais intenso.
Com o método de padronização também foi possível territorializar o estudo, analisando as diferenças entre óbitos esperados e óbitos registrados nos 96 distritos de São Paulo.
A margem calculada, quando negativa, aponta que morreram menos pessoas do que o estimado de acordo com as taxas do município como um todo. Quando positiva, mais pessoas morreram.
Grande parte dos distritos mostra margens positivas para a população negra e negativas para a branca. Porém, essa realidade não se aplica em todos os territórios.
Em 27 distritos, maioria localizada na periferia, foram registradas mais mortes de pessoas da raça/cor branca do que o previsto pela padronização. Os distritos de Lajeado (+53,4%), Guaianases (+52,1%), Iguatemi (+40,2%), Cidade Tiradentes (+37,2%) e Vila Curuçá (+32,1%) apresentaram as cinco maiores diferenças.
Para a população negra, os dados mostram que onde morreram menos negros do que o esperado também é onde morreram menos brancos. De acordo com o estudo, a diferença negativa do número de mortes registradas e esperadas entre pessoas de raça/cor negra poderia estar associada a melhores condições de acesso ao sistema de saúde e menor circulação do vírus.
Dos 23 distritos que tiveram menos mortes de pessoas negras do que o esperado, 15 estão localizados no quadrante sudoeste da capital. Esta região possui o padrão de renda mais alto da cidade e mais acesso a serviços de saúde de qualidade.
Há exceções. No distrito de Vila Andrade, por exemplo, em que a favela de Paraisópolis está localizada, não só houve menos mortes de brancos do que o esperado (-30,3%) como de pretos e pardos (-2,8%).
Nesse caso, é possível afirmar que este cenário reflete o trabalho e a organização comunitária de Paraisópolis. A favela agrega 43% da população de Vila Andrade e conta com população majoritariamente negra (63%).
Nos distritos de Jaguará, Anhanguera, Campo Limpo e Pedreira a população negra também apresentou melhores números do que o esperado. Entretanto, ainda não há explicação imediata para as taxas observadas, sendo necessárias análises de caso mais atentos.
Acesse os resultados na íntegra aqui.