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Visibilidade lésbica: Celebração e resistência, inclusive na quebrada – Periferia em Movimento

Visibilidade lésbica: Celebração e resistência, inclusive na quebrada

Rio de Janeiro RJ 29 08 2018 Dia Nacional da Visibilidade Lésbica O encontro Ocupa Sapatão reúne mulheres no Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, na Cinelândia, Rio de Janeiro.Fernando Frazão/Agencia Brasil

Por Camila Lima e Laís Diogo. Edição de texto por Thiago Borges. Foto em destaque: Fernando Frazão / Agência Brasil

O mês de agosto é marcado por datas importantes para o movimento de mulheres lésbicas. No dia 19, é celebrado o orgulho lésbico. E neste sábado, 29, é o dia da visibilidade lésbica. 

Por conta disso, no domingo (30/08) a La Fancha Casa Restaurante promove a terceira edição da Feira de Arte Lésbica do Extremo Sul de São Paulo. A iniciativa promove eventos gastronômicos exclusivamente para mulheres desde 2017. Por conta da pandemia de coronavírus, a feira deste ano acontece remotamente. 

A La Fancha vai promover uma live entre 15h e 17h com a participação de 29 mulheres sapatãs artistas divulgando suas ações. Entre elas, estão a poeta e escritora Mayana Vieira, que organiza o Slam do Grajaú; a artista visual Nenê Surreal; e as psicólogas e educadoras Dayana Almeida e Elânia Francisca, da Vulvárias, que produz vulvas para educação em sexualidade.

Acompanhe a programação pelo instagram. 

Evento “O Protagonismo É Sapatão”, que aconteceu em agosto de 2019 no A Bordar (Foto: Carolina Messias)

A importância das datas

De acordo com a jornalista Marcela Tosi, em post no medium, a organização lésbica brasileira se iniciou em 1979, quando algumas mulheres fizeram parte do SOMOS, primeiro grupo homossexual do país.

Dentro do grupo foi formado uma subdivisão que, em 1981, ganhou o nome de Grupo Lésbico- Feminista (LF). Também surgiu o primeiro boletim lésbico publicado no País: o “Chana com Chana”. Naquele mesmo ano, as mulheres também fundaram o Grupo Ação Lésbica Feminista (GALF).

O Ferro’s Bar, em São Paulo, tornou-se ponto oficial de encontro do grupo, que inclusive distribuía o “Chana com Chana” no local. Como não era exclusivo para o público lésbico, as mulheres enfrentavam uma série de ataques lesbofóbicos. 

No dia 23 de julho de 1983, a pedido de alguns frequentadores, as ativistas foram expulsas do local. Como resposta a este episódio e com a ideia de retomada de espaço, no dia 19 de agosto esse grupo de mulheres promoveu um protesto e ocupou o Ferro’s Bar. 

O movimento teve tamanha visibilidade que foi retratado em diversos jornais. Somente em 2003, ano de morte de Rosely Roth (uma das articuladoras do ato), que 19 de agosto foi oficialmente reconhecido como dia do orgulho lésbico.

Já a data de 29 de agosto é marcada pela realização do primeiro seminário lésbico, no Rio de Janeiro, em 1996. O evento foi organizado por ativistas cariocas em defesa das mulheres lésbicas. 

Mais do que celebração, as datas representam resistência e memória das conquistas dessas mulheres. Por isso, a importância de ações, eventos e leis que tragam a toda a vivência e experiência dessas mulheres, sobretudo periféricas. 

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