Como analisar a mídia numa perspectiva racial?

Nos próximos dia 14 e 21 de junho, o projeto Usina de Valores promoverá a oficina “Mídias Negras: contranarrativas para além do senso comum”, com foco em análise de conteúdos produzidos por veículos jornalísticos. A intenção é despertar um olhar crítico em leitores e contribuir para um consumo de informação que drible possíveis manipulações.

Serão dois dias de encontros que se debruçarão em uma pesquisa realizada no Brasil com base no método utilizado pelo cientista social Laurence Bardwin. Foram contabilizadas as palavras mais e menos utilizadas ao longo da cobertura da Folha de S.Paulo, assim como as fontes mais e menos recordadas pelo jornal.

A pesquisa “Narrativas brancas, mortes negras” foi liderada por Pedro Borges, cofundador do site Alma Preta, Nathalia Oliveira, cofundadora da Iniciativa Negra por Uma Nova Política de Drogas (INNPD), CELACC-USP (Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação) e Ponte Jornalismo.

Durante um ano, os pesquisadores analisaram a cobertura da Folha de S.Paulo sobre a crise do sistema carcerário, como foi chamada na época, entre os dias 1 e 14 de janeiro de 2017. As rebeliões ocorreram nas cidades de Manaus (AM), Boa Vista (RR), e Natal (RN), e resultaram na morte de 119 pessoas sob a custódia do Estado.

No primeiro dia de oficina, a proposta é resgatar a análise já realizada e, a partir deste exercício, os participantes vão compartilhar suas impressões sobre a cobertura e trocar impressões com os pesquisadores.

No segundo encontro, a mesma metodologia será aplicada em uma reportagem da mídia negra sobre o mesmo tema, o sistema carcerário brasileiro. A ideia é comparar as duas coberturas, e, em seguida, conhecer um pouco mais da história da imprensa negra no Brasil.

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