Greve Geral: Grajaú para contra a “Reforma” da Previdência

Foto: Thiago Borges / Periferia em Movimento

Foto: Thiago Borges / Periferia em Movimento

Na manhã desta quarta-feira (15/03), um grupo de moradores do Grajaú (Extremo Sul de São Paulo) articulado no Comitê de Resistência Cocaia e Região realizou um ato contra a “Reforma”da Previdência proposta pelo governo federal, liderado por Michel Temer. Também participaram do ato integrantes de movimentos por moradia locais, como o Nós da Sul e moradores da ocupação Unidos para Vender, no antigo Clube Aristocrata.
Por volta das 06h30 da manhã, algumas dezenas de manifestantes interditaram uma faixa da avenida Dona Belmira Marin no sentido centro, e caminharam em torno de sete quilômetros – entre o Jardim Eliana, no Grajaú, até o posto da Previdência na Cidade Dutra. Em frente ao Terminal Grajaú, manifestantes chegaram a se sentar na pista e bloquear todos os sentidos da via, impedindo inclusive a saída de ônibus que voltavam a circular após paralisação parcial.
O Periferia em Movimento transmitiu ao vivo durante mais de uma hora por meio de sua página no Facebook, enquanto houve condições técnicas para isso. Confira abaixo no vídeo:

Nenhum direito a menos
O ato no Grajaú faz parte do Dia Nacional de Paralisação e Mobilização, que acontece neste 15 de março em todo País. Trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias profissionais cruzam os braços nesta quarta-feira contra a “Reforma” da Previdência. Em São Paulo, além de quem trabalha nos transportes (ônibus e metrô paralisaram as operações parcialmente), também param professores e professoras das redes de ensino estadual e municipal (as escolas seguem fechadas), bancários, funcionários dos Correios, metalúrgicos, entre outras atividades.
As manifestações são contra a proposta de “Reforma” da Previdência enviada pelo governo de Michel Temer no final do ano passado para o Congresso Nacional. A justificativa do governo é de que há um rombo de R$ 152 bilhões no sistema, responsável pelo pagamento de aposentadorias e pensões. Essa versão já foi questionada por entidades como a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), que aponta que a Constituição de 1988 prevê contribuições iguais do Estado, dos(as) empregadores(as) e trabalhadores(as), e que o cálculo do governo não contabiliza impostos arrecadados pelo poder público para compor essa receita. Ao mesmo tempo, empresas recebem incentivos fiscais, sonegam sem ser fiscalizadas e devem três vezes mais o valor anunciado como déficit da Previdência.
Se a “Reforma” for aprovada, a idade mínima para qualquer brasileiro se aposentar – homens e mulheres, trabalhadores rurais ou das cidades, de serviço braçal ou não – passa a ser de 65 anos. E, para receber o valor integral em sua aposentadoria, o contribuinte precisa pagar o INSS por 49 anos – atualmente, a contribuição média é de 25 anos.
Além de desconsiderar que uma parcela significativa da população é trabalhadora informal, a proposta ignora desigualdades entre diferentes regiões do País. Mesmo na cidade de São Paulo, o contraste é grande. Enquanto um morador do Alto de Pinheiros (região rica da cidade) vive 79 anos em média, a expectativa de vida em Cidade Tiradentes é de 53 anos. No Grajaú, é de 56anos. Em Parelheiros, de 59 anos.
Confira mais fotos do ato no Extremo Sul:


O Dia Nacional de Mobilização Contra a Reforma da Previdência é na quarta-feira. A concentração do protesto começa às 16h em frente ao MASP, na Avenida Paulista.  Para mais informações, acesse as páginas da Frente Povo Sem Medo e da Frente Brasil Popular.
 

Autor

Apoie!