Via Alma Preta.
Mais de 600 jovens se reuniram no Céu Jambeiro, Guaianazes, zona leste de São Paulo, para participar da atividade organizada pela Uneafro, “Por uma Democracia de Verdade”. O evento tinha o intuito de discutir a conjuntura atual e o papel político da juventude negra.
A programação contou com uma série de atividades, desde apresentações musicais, roda de capoeira, sarau, conversa com as Mães de Maio e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, MTST, até a participação especial de Lázaro Ramos.
Sobre o evento, o ator pensa que “é importantíssimo conversar com a juventude, entender o que eles estão pensando, sentindo, quais são as novas propostas de mundo que eles trazem. Para mim, mais importante do que falar aqui, foi escutar”.
Lázaro Ramos enfatizou o seu encanto com o posicionamento da juventude negra e dos movimentos autônomos de periferia. Ele acredita que a entrada na universidade e a vontade de falar por si têm construído momentos únicos, protagonizados por esse grupo social. “Quanto mais o tempo passa, mais as vozes tentam buscar o seu microfone para serem escutadas. E a periferia tem sido responsável por um movimento que me encanta muito. Quando eu vejo o movimento gay, o movimento negro, os movimentos sociais e com novo depoimento”.
O seu grande porém a ser evidenciado foi o genocídio da juventude negra. De acordo com o Mapa da Violência 2015 – Mortes Matadas por Armas de Fogo, 5.058 jovens brancos e 17.120 jovens negros foram assinados por armas de fogo no país. Para ele, “a gente regride é na quantidade de assassinatos que tem acontecido com jovens de periferia. Isso é uma coisa que a gente tem que falar e denunciar o tempo todo. Esse é o grande pesar desse momento. Essa é a grande bandeira que a gente tem que levantar, manter o jovem negro vivo, manter o jovem da periferia vivo, porque o futuro está aí e eles têm muito a contribuir com o Brasil”.
O encontro foi construído desde o início de 2016 e contou com o apoio da Secretaria de Educação da cidade de São Paulo, do Céu Jambeiro e da Secretaria Municipal de Igualdade Racial, SMPIR-SP.
Confira na íntegra a entrevista com Lázaro Ramos:
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