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action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114mfn-opts
foi ativado muito cedo. Isso geralmente é um indicador de que algum código no plugin ou tema está sendo executado muito cedo. As traduções devem ser carregadas na ação init
ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114A estudante Mayara Leite, de 19 anos, não comemorou quando o governador Geraldo Alckmin apareceu nesta sexta-feira (04/12), na TV, para anunciar o adiamento do plano de “reorganização” do ensino que pretendia fechar 94 escolas, encerrar ciclos em mais de 700 colégios e transferir mais de 300 mil alunos no Estado.
“Não é nada confesso, ele não assinou nenhum papel, então vou esperar colocar no Diário Oficial pra daí pensar”, diz ela, que estuda na EE Neide Aparecida Sollitto, que segue ocupada há 16 dias no Jardim das Palmas (Vila Sônia, zona Oeste de São Paulo).
Apesar da blindagem midiática, o governador veio a público depois de mais de 200 escolas serem ocupadas em quatro semanas de mobilização, três reintegrações de posse negadas pela Justiça, 20 avenidas travadas só na quinta-feira (03/12), ação civil pública ajuizada pela Defensoria e pelo Ministério Público, cacetadas de policiais em adolescentes amplamente difundidas nas redes sociais e, pra coroar, uma queda inédita no índice de popularidade de Alckmin entre o eleitorado paulista.
“Decidimos adiar a reorganização e rediscutí-la escola por escola, com a comunidade, com os estudantes e, em especial, com os pais dos alunos. Acreditamos nos benefícios da reorganização, 2016 será um ano de aprofundarmos os diálogos”, disse Alckmin, num pronunciamento sem abertura para perguntas de jornalistas, enquanto estudantes apanhavam da Polícia Militar na avenida Paulista.
A ideia não colou. “Pode ser golpe dele para que a gente desocupe as escolas. Era pra ter feito isso no início, porque isso se chama democracia”, diz Glória Maria Brito dos Santos, 16, que estuda na EE Etelvina, em Paraisópolis.
Não é para menos. Assim como Mayara e Glória, os estudantes têm motivos para ficarem bolados.
Relatos de invasão e agressão de pessoas contrárias às ocupações foram constantes nas últimas semanas, assim como ameaças de diretores, professores, alguns pais e até do crime organizado.
Na EE Prisciliana, em Parelheiros, estudantes denunciam ataques com pedras durante a noite, “vigia” da coordenação ao longo do dia e ameaças de reprovação do ano letivo.
No final da noite de sexta, o Comando das Escolas Ocupadas (que reúne representantes de ocupações) fez um pronunciamento para reconhecer o avanço ao mesmo tempo em que comunicam que o movimento segue firme.
Os estudantes exigem: a revogação oficial da reorganização, sem fechamentos de salas ou ciclos; calendário para discussões abertas sobre o sistema de ensino; garantia de não punição aos estudantes, professores e pais; punição aos policiais e dirigentes que ameaçaram e agrediram estudantes.
Na próxima quarta-feira (09/12), às 17h, um novo grande ato está convocado para partir do vão livre do MASP, na avenida Paulista.
Contra mudanças empurradas goela abaixo, estudantes apresentam a escola que gostariam de estudar.
Desde o dia 17 de novembro, o Cedeca Interlagos realiza em parceria com o Periferia em Movimento a terceira edição dos Encontros de Arte e Midiativismo, com a participação de estudantes do Extremo Sul de São Paulo. A atividade prevê produção e disseminação de conteúdo sobre a educação.
Entre os aspectos negativos da escola listados pelos estão as grades, o autoritarismo, o desconforto, o conteúdo essencialmente teórico e as salas superlotadas. Por outro lado, gostariam de palestras, projetos, aulas práticas e ao ar livre que integrassem a escola à comunidade, com a manifestações culturais e participação nas decisões pedagógicas.
É o que as ocupações estão promovendo na prática. Na EE Neide Sollitto, oficinas de capoeira, percussão, teatro e até o Sarau do Binho já aconteceram na escola. Os alunos pintaram o muro e, agora, dão um talento na quadra.
Ocupada há 12 dias, a EE Professora Etelvina de Goes Marcucci promove atividades culturias abertas, reuniões e assembleias com moradores e, de quebra, recebe doações de lanchonetes de Paraisópolis. “As escolas daqui são horríveis. Vamo continuar na luta para conseguir o que é nosso”, conclui Gloria.