Não, mas essa é a realidade ilógica da educação no governo Alckmin: Em Parelheiros, estudantes têm uma aula a menos por dia desde que sua escola recebeu 600 novos alunos
Estudantes de todo o Estado de São Paulo estão mobilizados contra a reorganização escolar para prevenir que o projeto do governo Alckmin feche 93 escolas e realoque mais de mil pessoas. Pra onde vão os alunos dessas turmas com fim determinado? Infelizmente, a resposta já está escancarada na realidade do ensino em SP. Escolas superlotadas em péssimas condições não são nenhuma novidade para o estudante paulista.
Em 11 de novembro de 2014, a E.E. Professora Renata Menezes dos Santos (em Parelheiros) foi destruída por um incêndio (pelo que tudo indica, causado por um curto-circuito no ventilador). Na época, as duas opções dadas pelo poder publico foram unir as turmas do Renata (ensino fundamental I), com as do fundamental II e médio da E. E. Joaquim Álvarez da Cruz, ou com a de Santa Fé, em Parelheiros.
Os 600 estudantes foram remanejados para a E.E. Joaquim, dois quilômetros distante, que já tinha condições precárias. A transferência afeta os bairros de Barragem, Colônia e Nova América, no Extremo Sul de São Paulo.
Mesmo funcionando em outro espaço, a escola incendiada não recebeu nenhum material para 2015 e teve todos os funcionários de limpeza demitidos. Nesse um ano de mobilização dos moradores por uma nova escola, ainda não há certezas sobre o projeto de construção.
A E.E. continua como há um ano atrás. “É um prédio de entulho, nenhuma demolidora veio derrubar, e as crianças se arriscam atravessando o terreno para brincar no parquinho e na quadra”, conta Sidineia Chagas, fundadora da Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura e moradora da região. “Ano que vem, meu filho vai começar a estudar ali, e a nossa luta vem desde já para mudar essa situação”, afirma.
EscolasApós receber 600 novos estudantes, a E.E. Joaquim Álvarez Cruz continua com o mesmo número de salas e de funcionários, tem fios expostos, apenas um aparelho de televisão, sons quebrados e poucos materiais. Um ambiente vergonhoso para se estudar.
Para comportar duas escolas em uma, os intervalos entre aulas foram reduzidos de 25 para 15 minutos e as turmas de ensino médio têm uma aula a menos por dia (de 6 para 5 aulas).
“A nossa escola não tem recurso algum, temos fiações expostas, ventiladores quebrados com fios soltos fora do tubo, a falta de energia no bairro é constante e quando acaba a luz não tem aula, não temos uma caixa de som nem um microfone sequer”, conta uma integrante do Grêmio Estudantil.