web-stories
domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114mfn-opts
foi ativado muito cedo. Isso geralmente é um indicador de que algum código no plugin ou tema está sendo executado muito cedo. As traduções devem ser carregadas na ação init
ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114Quando o cara traz aquele pão com mortadela que cheira na sala de aula, é de lei, vai ter que dar a metadinha pra geral. Dessa maneira, o escritor Ferréz mostrou na abertura do Festival Social A Ponte o que é que move a economia solidária, de fato. “Economia solidária é a ‘metadinha’ que a gente sempre dividiu na quebrada”, diz ele.
Durante o Festival Social, realizado pelo grupo Jovens Sem Fronteiras no dia 07 de novembro, no Clube Hebraica, em São Paulo, diversos grupos e coletivos da cidade compartilharam experiências sobre economia, negócios, terceiro setor e tecnologia, do ponto de vista social da questão.
Mas a ponte entre a periferia e o centro ainda está longe de ter o mesmo caminho nos trajetos contrários. Sergio Vaz, escritor e um dos fundadores do sarau da Cooperifa, lembra que nós do lado de cá queremos diminuir essas pontes, mas o sentimento não é necessariamente recíproco na outra ponta. “A chacina de Osasco deixa 19 mortos e ninguém se indigna; o Alckmin fecha 134 escolas e ninguém fala nada. Por isso, nós criamos pontes entre nós mesmos, os coletivos, os bairros”, aponta.
Do lado de lá, Ana Carolina Martins criou o ColaboraMundo, plataforma virtual que conecta pessoas interessadas em se engajar no trabalho de organizações. “A gente não colabora porque é bonzinho, a conexão com as pessoas é uma necessidade humana, e o primeiro passo é ver ao outro como parceiro, não inimigo”, explica Ana Carolina.
Ela conta que a ideia só saiu do papel depois que percebeu que toda sua vida tinha sido influenciada por atitudes solidárias. “Já saindo da maternidade, uma desconhecida acolheu a mim e minha mãe. Depois, fui criada num lar de crianças por pessoas que me deram uma formação maravilhosa”, conta Ana, que hoje trabalha dando oportunidades de futuro a quem procura o ColaboraMundo.
Muita gente sonha em construir uma nova realidade, mas as oportunidades parecem distantes e a necessidade econômica é o que dita a vida de qualquer um, já que nada funciona se não traz comida pra mesa. “A sofrência da vida nos dá certeza do que a gente quer”, ressalta Ferréz. “Se a gente fracassar, não vai ter empresa do pai pra cuidar. A gente vai tomar conta da biqueira”, continua.
Por isso, no Campo Limpo, o Banco Sampaio surge para criar perspectivas de autonomia financeira para quem é da periferia e virou ‘escravo’ das altas taxas de juros. “A nossa economia é pautada nas pessoas, não no dinheiro. Ponte se faz com energia e movimento”, conta Thiago Vinícius, sobre o Banco Comunitário União Sampaio.
Desde 2009, no Campo Limpo, o banco criou uma moeda própria, fruto de um trabalho de base que a União Popular de Mulheres faz desde as primeiras ocupações da região, em meados de 1985. A economia solidária, explica Thiago, começava já quando o pessoal chegava na terra batida e batia laje junto, dividindo roupa e água, ou levando alguém no hospital sem cobrar nada.
Hoje, a Agência Solano Trindade, propulsora do Banco, é um guarda-chuva de movimentos sociais que auxilia os moradores da região. “As pessoas da quebrada construíram duas cidades, a do lado daqui e a de lá”, diz Thiago.
O papel do banco é avançar essa estrutura antiga de compartilhamento para uma moeda que vai te financiar se você precisa comer e não tem dinheiro num mês, mas no outro vai pagar. “Não somos pobres, somos empobrecidos” pelo sistema bancário que cobra juros altíssimos e nos escraviza, diz Thiago. A moeda é lastreada no real, ou seja, vale como o real, mas faz girar uma economia dentro da periferia.
“Nosso juros são de até 2%, e ele politiza as pessoas, ao invés do outro, que apenas se aproveita ao duvidar da capacidade do outro de pagar”, conta. Dessa maneira, o banco financia ideias que os editais públicos não suprem: “Se o edital já é de tal, nós temos que nos apoiar”, diz.
A programação do encontro também contou com vivências e rodas de conversa, além das mini-palestras sobre economia, negócios, terceiro setor, tecnologia, ativismo e política. Participaram também o Nós, Mulheres da Periferia, Ação Jovem, ISES, Arredondar, Baobá, You Green, A Banca, Cinemateus, Artemísia, Atados, Mundano, Aoka, ECOSOL, entre muitos outros.
No embalo das atividades, o Coletivo Imargem grafitava painéis baseados nos temas tratados, que foram expostos no encerramento. Também acompanhamos a exibição do documentário Cartograffiti, que relata o projeto do Imargem que mapeou pontos estratégicos da cidade através do graffiti, em parceria com a Secretaria de Cultura de São Paulo.
Confira um dos teasers do Cartograffiti: