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domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114mfn-opts
foi ativado muito cedo. Isso geralmente é um indicador de que algum código no plugin ou tema está sendo executado muito cedo. As traduções devem ser carregadas na ação init
ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /home/periferiaemmovimento/www/teste/wp-includes/functions.php on line 6114Só no quarto ato organizado pelo Movimento Passe Livre eu decidi ir para as ruas protestar também pela liberação das catracas no transporte público. Cheguei antes das 17hs, quando começaria a manifestação. Na lan house onde estava, funcionários discutiam se baixavam as portas para se proteger da violência dos “vândalos”. Tentei argumentar que o ato era pacífico, mas não quiseram desdenharam da minha opinião. Horas depois, acho que ficou claro para boa parte da população paulistana quem são os vândalos de verdade.
Em frente ao Theatro Municipal, onde encontrei meu primo e uma amiga (de quem me perdi depois), havia crianças, idosos e jovens, muitos jovens, sacudindo bandeiras, faixas e flores. Muitos estudantes, sim, mas muitos trabalhadores que saíam do serviço se uniam à multidão também. Saímos pela Barão de Itapetininga e pela Praça da República, onde policiais e guardas municipais acompanhavam a multidão entoar coros, como “Vem pra rua, vem” e “Sem violência”.
Encontrei conhecidos do Grajaú e de outras correrias nas quebradas. Moradores saiam nas sacadas de seus apartamentos, funcionários se debruçavam nas janelas de edifícios comerciais, motoristas de ônibus e até pessoas dentro de seus carros parados no congestionamento demonstravam apoio à manifestação. Fiquei emocionado. De onde eu estava, não conseguia ver onde começava nem onde terminava o mar de gente. Parece que, finalmente, estamos acordando. Diferente do que a grande mídia mostrou nos últimos atos, não havia qualquer sinal de vandalismo.
Observados por cima por Datenas, Marcelos Rezendes e pela própria polícia, que sobrevoava a multidão lançando feixes de luz de seu helicóptero, seguimos pela Ipiranga até a rua da Consolação. Quando chegamos ao cruzamento com a rua Maria Antonia, começou a correria. Olhei pra trás e vi alguns policiais da Tropa de Choque se posicionando no outro lado da via. Apesar da multidão cantar “Sem violência” e alguns manifestantes se ajoelharem em frente aos militares com flores nas mãos, demonstrando que ninguém estava ali pra vandalizar, os policiais dispararam granadas e bombas de gás lacrimogêneo. Com o rosto ardendo, fomos socorridos por outras pessoas que carregavam vinagre.
Manifestantes corriam enquanto outros pediam para todos permanecerem juntos e evitar a dispersão. A massa se fragmentou. Uma parcela subiu a Consolação (entre eles, minha amiga) e nós seguimos em meio aos carros pela Caio Prado, até chegar à Augusta. Subindo em direção à Paulista, a tropa de choque vinha de encontro a nós. Entramos na rua Dona Antonia de Queiros e subimos a Bela Cintra. Mas não havia saída. A Consolação e a Paulista estavam bloqueadas e eles já estavam na Augusta. A multidão estava cada vez mais dispersa. Entramos na rua Antonio Carlos. A essa altura, nosso grupo devia ter umas 200 pessoas. E enquanto fugíamos dos policiais vindos de trás, fomos surpreendidos por outros que estavam à frente.
Mas tudo isso por vinte centavos? Veja bem. Mais de 30 milhões de brasileiros deixam de usar o transporte coletivo porque não têm como pagar. Em São Paulo, as pessoas gastam quase R$ 400 por mês para ir e voltar para casa. Isso dá mais da metade do salário mínimo. Apenas esse cálculo já justifica ir para as ruas.
O movimento vai além disso. Não se discute apenas o peso das tarifas no orçamento. Me uni ao protesto porque acredito que temos direito à cidade e a desfrutar do que ela nos pode oferecer. Colocar catracas é instituir barreiras para deixar uma parcela da população de fora. Já basta sermos empurrados cada vez mais para as bordas da cidade, onde a única mão do Estado que chega é aquela do homem fardado batendo na nossa cara.
Veja bem. No Egito, a Primavera Árabe teve origem em protestos por conta de um jogo de futebol. Na Turquia, manifestantes foram às ruas para impedir o fechamento da praça Taksim, que daria lugar a um shopping center. No Brasil, o movimento se espalhou por outras cidades e tende a crescer ainda mais. A luta contra o aumento da tarifa é só o começo.
Temos que parar de reclamar no Facebook e ir para as ruas. Ainda mais agora, com a possibilidade de uma lei que pode tipificar manifestações como a de ontem como terrorismo. Leia aqui: http://oglobo.globo.com/pais/votacao-de-lei-sobre-terrorismo-fica-para-dia-27-com-impasse-sobre-inclusao-de-movimentos-sociais-8679479
Segunda-feira tem de novo: https://www.facebook.com/events/388686977904556/?fref=ts. Portanto, programe-se e “vem pra rua, vem!”, porque o próximo ato vai ser maior ainda.